Rua do Bom Jesus |
Durante boa parte da minha adolescência vivi no Recife Antigo. Lugar agradável onde se encontrava bons lugares para encontrar amigos e relaxar. Aos sons dos tambores dos diversos grupos de percussões, o Recife Antigo se preenche de uma certa nostalgia ou da certeza dos que nos precederam nessas terras alagadas.
Para além disso, muito disso se deve a valorização da área pós Prefeitura do PT em 2000 com João Paulo, com seus pólos descentralizados que trouxeram as famílias e povoaram de sorrisos.
Durante o governo João da Costa (PT) o Recife Antigo foi esquecido ou melhor: foi tomado por uma nova geração que não era a cara do local. Muitas sextas-feiras presenciei carros com a mala aberta e o som nas alturas. O tráfico, seja ele de drogas ou de influência (flanelinhas), se dogmatizou no local. O desaparecimento da Polícia Militar, que mais pra frente voltarei falar, é visível. Em suma, não reconheço o meu Recife Antigo.
Aí você pergunta: sim, mas qual é o motivo desse texto?
Hoje, depois de um longo tempo sem ir as terras 'dos antigos', estive por lá. Parei lá muito mais pelo receio de não ter que passar por perto da Ilha do Retiro no final do jogo e decidimos, minha noiva e eu, em esperar um pouco por lá e assim daríamos uma volta pela Bom Jesus e arredores. Bem, depois que visitei a Livraria Cultura fui a feirinha do Bom Jesus, como sempre cheia de gente (isso é ótimo) e muitas crianças com famílias. Só que, ao meu ver, existe um hiato entre a Bom Jesus e a Praça do Arsenal: os públicos são claramente diferentes.
Paramos um pouco na praça para comer uma fatia de torta quando que de repente começa uma correria. Logo, procurei abrigar minha noiva e depois saber o que estava acontecendo. Um grupo de adolescentes fazendo pequenos furtos na praça do Arsenal. Pior: continuavam lá fazendo. 'Mais' pior: não havia policiamento no local. Voltando para falar do policiamento: no percusso entre a Rua da Moeda e Bom Jesus, só vi um Policial, aquele lá do Trailer da Polícia.
Aparentemente, acho que essa é a política dos últimos governos do Recife: deteriorar o Recife Antigo para passar a fictícia mensagem que privatizar é a melhor saída. Geraldo Julio, atual prefeito do Recife, lançou isso como plataforma de governo. Essa pseudo-revitalização que Geraldo pretende fazer é quando chegar no limite da sociabilidade de lá e aí entregar, não para a população, e sim para a iniciativa privada.
Lembrando que a Comunidade do Pilar, que é a vizinha dessas ruas que citei, é esquecida desde os governos João Paulo e João da Costa e continua esquecida por Geraldo.
Essa é uma tristeza que tenho: um Recife Antigo sem sorrisos.
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