segunda-feira
#BlogNemComento - Livro de Paulo Freire excluído das escolas nos EUA
terça-feira
#BlogNemComento - Mais uma do Pacto pela vida
segunda-feira
#BlogNemComento - O desapercebido
#BlogNemComento - Muito além da semântica
Por Valter Pomar
A concessão dos aeroportos gerou um debate entre os tucanos, que comemoram a suposta adesão do PT às privatizações, versus alguns petistas, que negam qualquer semelhança entre “conceder” e “privatizar”.
Neste debate, alguns não estão falando toda a verdade.
Concessão é uma modalidade de privatização. Privatizar não é apenas vender o patrimônio; pode ser também conceder seu uso por determinado tempo, sob determinadas condições. Negar isto é um revelador “ato falho”, típico de quem no fundo sabe que está fazendo algo problemático.
Por outro lado, os tucanos sabem muito bem a diferença entre as privatizações que eles fizeram versus o que foi feito em governos petistas, ontem e hoje. No caso em tela, há pelo menos três diferenças.
Primeiro, embora a concessão seja uma modalidade de privatização, trata-se de uma modalidade distinta da transferência de patrimônio, especialmente quando feita em troca de nada, como os tucanos fizeram com a Vale do Rio Doce.
Segundo, os tucanos fizeram privataria, uma “etapa superior da privatização”, na qual os envolvidos tornaram-se muito ricos...
Terceira e decisiva diferença: para o PSDB, as privatizações constituem parte essencial de uma estratégia neoliberal de desenvolvimento e de um modelo de sociedade dominada pelos “mercados”.
Nestes dois terrenos (papel do Estado e do capital privado na estratégia geral de desenvolvimento e no modelo de sociedade), o PT e PSDB estavam, estão e continuam estando em posições opostas.
Apesar de governos encabeçados por petistas, tanto agora quanto em momentos anteriores, terem patrocinado terceirizações, concessões e até mesmo venda de patrimônio público, o conjunto da obra mostra que existem diferenças de fundo entre PT e PSDB.
Os tucanos conferem ao capital privado papel decisivo. Já o PT defende que o Estado tenha papel central, tanto na estratégia de desenvolvimento quanto no modelo de sociedade.
Estas e outras diferenças entre PT e PSDB seguirão existindo, ao menos enquanto um dos partidos não mudar de classe social.
Se isto que falamos até agora for verdadeiro, o debate no interior do PT sobre a concessão dos aeroportos deveria tratar dos aspectos estratégicos e táticos da questão.
Do ponto de vista tático, a concessão foi economicamente desnecessária e politicamente incorreta.
Economicamente desnecessária, porque o Estado dispunha e dispõe dos meios gerenciais e financeiros para realizar a modernização, ampliação e administração dos aeroportos. E para atrair o capital privado, havia alternativas melhores do que a concessão.
Politicamente incorreta, porque a concessão facilitou o ataque da mídia e da oposição, que busca sair das cordas e nos arrastar para a vala comum das privatarias, acusando ao PT e ao governo de estelionato, incoerência etc.
Do ponto de vista estratégico, a opção pela concessão confirma que estamos diante de um dilema.
Como dissemos antes, nem o PT, nem o governo Dilma são partidários de uma estratégia privatizante. Mas...
Mas como não conseguirmos fazer uma reforma tributária; como as taxas de juros continuam altas; como estamos demorando a adotar medidas macroeconômicas que nos protejam do agravamento da crise; logo...
Logo será cada vez maior a carência de recursos para o país continuar crescendo com ampliação das políticas sociais. E frente a um cobertor curto, será cada vez maior a tentação oferecida por falsas alternativas, tão ao gosto dos tucanos, como privatizações de variadas modalidades, reformas conservadoras da previdência, cortes orçamentários etc.
O dilema consiste nisto: ou percebemos que para uma nova situação é necessária uma nova estratégia, ou conseguimos a força necessária para fazer mudanças de fundo, ou seremos empurrados para aquelas situações aparentemente sem saída, nas quais somos levados a escolher o mal menor.
Aparentemente menor...
domingo
#BlogNemComento - Uma instituição falida
quinta-feira
#BlogNemComento - O mundo e suas crises
Citando o texto de conjuntura da Articulação de Esquerda, começo esse texto assim: ‘O mundo está imerso em uma crise profunda e duradoura, de graves conseqüências.’. De fato, o que vemos é uma mistura nada legal que cairá numa indigestão.
Qualidade boa e destacada dos homens (não em condições de gênero e sim de Humanidade), especialmente a integridade e o valores estão escassos. O que é hoje, não será amanhã. Essa derrota para o pensamento Liberal de consumo e de ser consumido, nós perdemos uma das grandes qualidades: hombridade.
Esse jogo sem regras, centralizados no ego do Rei deixa em xeque as relações. Esse caminho cruzado e sem um embasamento norteador, parafraseando Carroll, autor de Alice do País das Maravilhas, qualquer caminho serve quando você não sabe para onde está indo.
quarta-feira
#BlogNemComento - Isaltino, PT e o caso Platônico Socrático.
Em tempos de [pós]modernidade o que era sólido vive se desfazendo no ar ou nos atos. Em tempos, que deveriam ser, de novos rumos e ideais, os protagonistas vivem em contradições e esquecendo de onde tem raízes.
Os últimos acontecimentos aqui em Pernambuco, em relação ao PT, nos deixa, no mínimo, intrigados. Disciplina, respeito e transparência que deveriam nortear as ações dos militantes, que historicamente deveriam ter, pelo menos, um fim: o Socialismo. Nada, o físico e o não físico, foi/está sendo feito para retardar esse crescimento do pragmatismo eleitoral dentro e fora do PT.
No entanto, vamos alinhar nessas pobres linhas o aspecto sobre a ética. Segundo o consenso unânime de autores, dois temas fundamentais norteiam a reflexão ético-filosófica de Platão: de um lado, o conhecimento e as condições que tornam possível e, simultaneamente, a natureza metafísica do que é conhecido (“Como posso conhecer como devo viver?”); de outro lado, a questão socrática fundamental que tematiza a importância da moralidade para vida feliz e as condições necessárias de sua realização na polis: “Como eu devo viver?”.
A ação do ‘conhecer’ deve-se ao reconhecer, no outro, você mesmo. Nada mais justo que os Clássicos norteiem, tão bem ou deveriam, questões importantes hoje. Esse desconhecimento do outro, estranhamento cotidiano e egoísmo mais em moda do que ‘novinha’ em brega dá elementos fundamentais do estamos vivendo.
Para exemplificar, e sendo objetivo, numa concepção de um Partido Marxista, dXs TrabalhadorXs e com identificação de classe, o caso Isaltino (Secretario do Governo Burguês de Eduardo Campos) teria outros rumos. Sendo o PT um partido que tivesse uma posição firme de seus atos, ou melhor, tendo por base os Clássicos traria os atos de Isaltino numa confluência dialética baseada nas perguntas simples: “Como posso conhecer como devo viver?” e “Como eu devo viver?”. Sem conceitos de infra e superestrutura, só Platão: Isaltino é produto do PT ou o PT é produto de Isaltino?