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domingo

Enterro do meu Coração

Cemitério dentro dos seus muros,

O portão de passar as largas redes,

As cruzes florescendo nos matumbos.

O adubo nos leirões, canteiros verdes.

A sementeira em tempo de colheita

O coração bruto, de sentimento descascado,

O sono-tempo, a mão que-a-pedra aceita,

Os ossos com seu gesso envernizado.

O descanso do sol na terra fria,

O som de enxada branca-luz cavando

Os sete-palmos da antimoradia.

As excelências, ladainhas, credos,

E as velhas rezadeiras amarrando

Os pássaros das almas nos cabelos

E por fim, enterram-me.

E nesse enterrar bruto,

Enterram o meu coração,

O meu amor!

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