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Dez milhões de empregos e um milhão de casas...

No início do primeiro mandato, o presidente Lula disse que seu governo criaria dez milhões de empregos. Promessa antecipadamente cumprida. Agora o presidente lança um programa habitacional, taxado por muitos como “ambicioso”, para a construção de um milhão de casas populares. Serão investidos R$ 34 bilhões, dos quais R$ 25,5 bilhões virão da União, R$ 7,5 bilhões do FGTS e R$ 1 bilhão do BNDES.

Do total de um milhão de casas, 400 mil unidades são para as famílias com renda de até três salários mínimos, o que dá R$ 1.395; 200 mil para quem ganha entre três e quatro salários mínimos (R$ 1.860); 100 mil entre quatro e cinco mínimos (R$ 2.325); 100 mil entre cinco e seis mínimos (R$ 2.790) e 200 mil entre seis e dez mínimos (R$ 4.650).De acordo com dados do IBGE, as famílias que ganham até três salários mínimos respondem por 91% do déficit habitacional do país. É para essa faixa que vai a maior parte dos recursos: R$ 16 bilhões dos R$ 34 bilhões previstos no “Minha casa, minha vida”. O menor valor da prestação será entre R$ 50 e 139 e o mutuário que perder o emprego poderá atrasar o pagamento em até 36 prestações.

O anúncio desse programa exatamente no meio de uma das maiores crises da economia mundial tem vários significados importantes.
Mostra para o mundo o quanto é fundamental a atuação do Estado como agente fomentador da economia de uma nação.Mostra que a receita dos Estados Unidos e do Fundo Monetário Internacional durante décadas aos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento não valia para a própria casa.Mostra que nem sempre o mercado sozinho resolve os seus problemas. Antes, os norte-americanos diziam que empresa em dificuldade tinha de deixar quebrar. Agora, o presidente Barack Obama lança um pacote de até um trilhão de dólares para resgate do sistema financeiro. Esta é a última tentativa para evitar a estatização de empresas, pois a de alguns bancos já foi feita.

Estatização é uma palavra maldita que coloca em xeque o capitalismo moderno defendido por décadas pelos EUA.
Mostra que o governo usa o poder do Estado para manter aquecido o mercado interno brasileiro, um dos maiores do mundo. Enquanto outras nações optam pelo corte de investimentos, nós potencializamos a economia nacional, com recursos próprios, fruto de uma sólida política de desenvolvimento econômico e social.Mostra também que é fundamental a credibilidade de um presidente da República para tirar seu país da crise ou para dar sustentabilidade às tentativas de recuperação econômica.Mostra que um governo tem de ter o bem estar do cidadão como sua razão de ser.

Que as políticas, sejam sociais ou econômicas, têm de ter como finalidade melhorar a vida do trabalhador, dar melhores condições de estudo, um sistema público de saúde eficaz, uma educação de qualidade.
A crise mundial mostra que o Brasil tem bons exemplos, que vários líderes mundiais devem copiar a forma como o presidente Lula governa, que é a mais simples possível: dar esperança de uma vida cada vez melhor ao trabalhador e condições ao empresário para desenvolver seu negócio.


Devanir Ribeiro é deputado federal (PT-SP), coordenador-geral da bancada parlamentar de São Paulo e membro da comissão especial para discutir a crise econômica.

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