sexta-feira
Só nas férias...
“Congresso aprova Orçamento de 2010 e parlamentares já podem iniciar recesso”, informa a capa do iG nesta manhã de quinta-feira, 16 de julho. Que beleza! Depois de toda a lambança do primeiro semestre, eles vão descansar um pouco, que ninguém é de ferro.Férias de parlamentares têm outro nome: é recesso. São três meses por ano em que eles podem _ oficialmente _ ficar sem trabalhar.Talvez, para nós, seja melhor assim. Quem sabe não seria melhor que entrassem em recesso para sempre, como propõe hoje na Folha meu velho amigo Clóvis Rossi, escrevendo ao final da sua coluna:“É por isso, entre outros motivos, que acho que só há uma solução verdadeira para a crise do Senado: a dissolução da Casa e a convocação imediata de novas eleições”.Pode ser uma boa idéia, mas o próprio colunista acha difícil que isso seja possível. “Não há dispositivos legais que permitam essa saída? Ok, então tudo vai ficar no clássico engana-trouxa em que os políticos brasileiros se especializaram”.Em seu comentário enviado às 9:33 de hoje, o leitor João Nazareno dá uma outra sugestão para quando os parlamentares voltarem das férias:“Não só o Senado, mas todo o Congresso Nacional, não tem qualquer moral para instalar uma CPI, sem que antes faça a sua com o acompanhamento do MPF, da PF e do STF”.Por que não? Antes de investigar os outros, os indignados parlamentares da Câmara e do Senado poderiam instalar uma CPI mista para apurar não só as denúncias feitas nos últimos meses contra seus membros nos últimos meses, mas o conjunto da obra .Bastou o presidente Lula chamar de bons pizzaiolos os senadores da oposição que criaram a CPI da Petrobras para eles surgirem com aquela cara de ofendidos em sua honra.Na CPI do Congresso Nacional sugerida por Nazareno, o indignado Tasso Jereissati poderá explicar se já devolveu o nosso dinheiro que usou para alugar jatinhos; Artur Virgílio terá oportunidade de falar da grana que o Agaciel Maia lhe emprestou para pagar o hotel em Paris e do seu personal teacher de artes marciais, que ganhava um salário de assessor parlamentar em Manaus, e até Pedro Simon certamente explicaria porque viajou com recursos públicos à França, a passeio, acompanhado da mulher. Brincadeira… São sempre os mesmos, cada dia mais indignados, vestais blasfemando no plenário para câmeras e microfones como se o inferno fossem apenas os outros.E como ficamos nós, agora que eles sairam de férias? Como o país vai sobreviver sem os espetáculos ao vivo da TV Senado, sem os discursos injuriados dos nobres parlamentares, sem as descobertas de novas falcatruas, que manchetes os jornais vão dar?Em sua volta ao Balaio, depois de um recesso provocado por problemas de saúde, o leitor Enio Barroso Filho me lembrou, a próposito do post de ontem, que agosto é também o mês do cachorro louco.
Se não vingar a proposta do Clóvis Rossi nem a do leitor João Nazareno, talvez uma vacinação em massa seja boa solução alternativa para pelo menos acalmar os ânimos.Boas férias para as excelências. Pena que os eleitores não possam também entrar em recesso.Em tempo:depois de ler os comentários de alguns leitores, lembrei-me, não sei por quê, de um poster do Snoopy que tenho lá no sítio em Porangaba.O dito cujo cão está deitado em cima da casinha dele, folgazão, pensando:“Como é bom não fazer nada e depois poder descansar…”.
Fonte: http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/
Postado por
Michel Chaves
às
11:35
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