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#BlogNemComento - CONEB contra o analfabetismo e pela revolução


Debate na UFRJ reuniu representantes do poder público e dos movimentos sociais; preocupação é criar mecanismos para erradicação ainda nessa década

Uma das metas do novo Plano Nacional de Educação (PNE), do governo federal, é atacar de forma mais decisiva o analfabetismo em todas as regiões do país. Problema histórico do Brasil, que lhe garante lugar desprivilegiado em rankings mundiais de educação e desenvolvimento, o analfabetismo esteve na pauta do 13o CONEB na tarde desse domingo. Mostrando que o tema, atualmente, interessa ao conjunto da sociedade civil e não somente aos profissionais do ensino, a mesa foi composta por Vivian Mendes, do Movimento de Lutas dos Bairros, Vilas e Favelas, Igor Sardinha, vereador de Macaé (RJ) e Maurício Fabião, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), de 2010, indicou que 14,1 milhões de brasileiros são analfabetos funcionais. O número é somente 1,8% menor do que na última pesquisa, em 2004. Portanto, a preocupação com a melhoria das políticas públicas é grande: “Antes tratávamos a erradicação do analfabetismo apenas como um desejo da sociedade, agora é necessário que seja mesmo algo encarado como política de estado, com metas a serem cumpridas e orçamento específico”, defendeu Maurício Fabião.

As previsões mais otimistas dão conta da erradicação ainda nesta década, ou de uma grande redução no índice até a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016. O PNE prevê a erradicação para 2020. Segundo o vereador Igor Sardinha, esse processo não terá sucesso sem o envolvimento efetivo dos municípios de todas as regiões do país. “ Infelizmente ainda falta debate qualificado sobre o tema nas câmaras municipais das cidades. Sabemos que isso só será alterado com a mobilização da sociedade civil.”, disse.

O debate ainda envolveu temas como os modelos possíveis de alfabetização, a experiência cubana no combate ao analfabetismo e a valorização profissional dos professores do EJA (Educação de Jovens e Adultos), que atualmente recebem menos que os outros. Ao final, ficou o sentimento de que alfabetizar a população não deve ser um fim em si só, como expressou a militante Vivian Mendes: “Queremos acabar com o analfabetismo para trazer mais possibilidades de expressão ao povo, para que ele se junte na luta pelas transformações, pela revolução”.

Da Redação

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