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segunda-feira

#BlogNemComento - Desenvolvimento e futuro do país na pauta do 13º CONEB

O crescimento do Brasil, nos últimos anos, representa um novo desafio para os movimentos sociais e os estudantes; diferentes ideias e propostas foram colocadas na mesa durante o encontro

Segundo projeções internacionais, o Brasil deverá se tornar, em 2011, a sétima economia do mundo. O momento de crescimento do país e o fim do mandato do primeiro presidente com origens populares da história brasileira deixou um grande desafio para os movimentos sociais no próximo mandato. Qual caminho seguir? Foi a pergunta que marcou as discussões na manhã deste domingo no 13o CONEB, durante a mesa Rumos do Desenvolvimento Econômico e Social Brasileiro. Cerca de 200 estudantes acompanharam o debate, que aconteceu no auditório do Centro Tecnológico do campus Fundão da UFRJ.

O padrão de desenvolvimento do país e a política monetária dos últimos governos deu o tom das discussões com os convidados Nilson Araujo e Elias Jabour, professores universitários, além do ex-deputado Sérgio Miranda. Em meio a opiniões divergentes e diferentes propostas para o futuro, ficou o consenso geral de que o Brasil não pode seguir um modelo de desenvolvimento que ignore as desigualdades sociais e as necessidades de reformas básicas: “Não podemos crescer mantendo, há mais de 20 anos, taxas de juros entre as mais altas do mundo”, disse o ex-deputado Sérgio Miranda.

A política de impostos e tributos também precisaria ser alterada na sua opinião: “Este é um problema que enfrentamos também no âmbito político, quando se percebe a dificuldade na aprovação da reforma tributária. Temos o sistema tributário mais injusto do mundo, ele é regressivo, privilegia a alta renda e a riqueza”.

Outra questão levantada foi o papel da industrialização neste momento do país. Na opinião do professor Elias Jabour “Não existe progresso social ou mesmo condições para revolucionar a realidade sem a indústria forte, o que é soberania nacional”. Segundo ele, o Brasil é o país que mais evoluiu no século XX. No entanto, seria fundamental, nesse momento, mudar realmente os rumos da política monetária.

Alguns estudantes pontuaram, em suas intervenções, a necessidade de se combater os interesses dos grandes grupos financeiros e do agronegócio. Outros manifestaram preocupação com o corte de investimentos em áreas estratégicas, como a educação, ressaltando a importância de campanhas como a dos 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação.

O professor Nilson, em sintonia com o tema do 13o CONEB, disse que o futuro do Brasil e seu modelo de desenvolvimento serão definidos, na verdade, a partir das ruas: “Não depende só de uma gestão ou da presidente Dilma fazer isso. Depende da correlação de forças que se cria na sociedade nesse novo período. Uma delas já sabemos que estará do lado da direita, da mídia e do imperialismo. A outra precisa ser, novamente unificada pelas forças populares para que estejam em mobilização continua, que ocupem os espaços e garantam os avanços”, concluiu.

Da redação

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