A semana passada mostrou definitivamente o estilo Dilma Rousseff de administração, com a primeira reunião para discutir as políticas sociais do seu governo. Batizou-se com o nome de PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da Miséria.
Na reunião, presentes a maioria dos ministros, Dilma explicitou seu modelo de atuação. E ficou claro a razão do empresário Jorge Gerdau ter sugerido que o modelo PAC fosse estendido à toda ação governamental. Mais do que um programa específico, trata-se de um modelo gerencial de coordenação de ações de governo.
Primeiro, Dilma definiu quatro grandes eixos de coordenação, cada qual entregue a um Ministro da sua estrita confiança.
O primeiro, de política econômica, será coordenado pelo Ministro da Fazenda Guido Mantega. O segundo, de infraestrutura (o PAC propriamente dito), pela nova Ministra do Planejamento Mirian Belchior. O terceiro, de políticas sociais, sob a coordenação de Tereza Campello. O quarto, de direitos da cidadania, sob Gilberto Carvalho. Cada Ministro coordenador falando em nome da Presidente.
***
A reunião de quinta foi da área social.
Antes da reunião, cada Ministro recebeu a pauta e as questões que deveriam ser desenvolvidas. Cada qual teria um tempo pré-determinado para descrever o que seu Ministério poderia fazer pelo tema.
Na sala, montou-se uma rede de micro, no qual era possível ler a apresentação da Ministra, em Power Point.
Dilma iniciou a reunião enfatizando a prioridade da erradicação da miséria. A intenção da reunião era dar o tiro de partida para a ação coordenada entre os diversos ministérios. Para tanto, cada Ministro tinha dez minutos para expor o que poderia fazer pelo tema, inclusive explicitando ações e territorialidade. Um apresentou o mapa da pobreza, o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) mostrou o mapa dos Arranjos Produtivos Locais.
Na cabeceira, Dilma estava ladeada por Mantega e por Antonio Pallocci – este incumbido de administrar o tempo, facultar a palavra e anotar os pontos principais.
***
À medida que as exposições eram feitas, o PPT se enriquecia. Dilma solicitava a inclusão de pontos novos, num exercício de brainstorm. O documento com as ideias principais foi sendo montado ao vivo e online.
Observou-se diferença importante no comportamento de Dilma, em relação aos seus tempos de Casa Civil. Não mais a Ministra explosiva da Casa Civil, mas uma presidente calma, tranquila, igualmente objetiva – é como se o cargo de presidente prescindisse da necessidade de bater na mesa.
Quando um Ministro fazia uma exposição mais superficial, era convidado a aprofundar o tema para a próxima reunião. E Palocci se incumbia de cortar a palavra dos mais prolixos.
Notou-se uma diferença importante em relação ao modelo Lula de reunião.
Com Lula exploravam-se os conflitos para se tirar a síntese.
No caso de Dilma, expõem-se previamente os objetivos fundamentais e as linhas a serem desenvolvidas. É mais gerencial.
***
O passo seguinte será os Ministros aprofundarem os temas propostos, através de reuniões bilaterais. Todas elas sendo supervisionadas por Tereza Campello, incumbida de montar o todo e definir os indicadores de acompanhamento.
1 falações!:
Bem esclarecedor...adorei a foto da postagem!
Postar um comentário