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terça-feira

Justiça impede a Gráfica Plural, do Grupo Folha, envolvida em vazamento de provas do ENEM, de participar de licitação.



Agência Brasil.

O TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região excluiu novamente a Gráfica Plural do processo licitatório de impressão das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2010. A empresa tinha sido desclassificada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) por não cumprir os requisitos de segurança exigidos no edital, mas recorreu da decisão e ganhou na Justiça o direito de permanecer na disputa.

A AGU(Advocacia-Geral da União), conseguiu reverter a decisão, excluindo novamente a Plural da licitação. A empresa, que tinha apresentado o menor preço no pregão eletrônico, foi a responsável pela impressão do Enem em 2009. E foi na gráfica da empresa que ocorreu o roubo das provas às vésperas do exame do ano passado, que acabou cancelado.

O lance apresentado pela Plural no pregão eletrônico foi de R$ 65 milhões. A segunda colocada, VMI Artes Gráficas, deu lance de R$ 70 milhões, mas também foi considerada inabilitada. A RR Donnelley Moore ofereceu R$ 71 milhões e é a primeira da lista considerada apta. A última também foi a gráfica que assumiu a impressão do Enem em 2009, depois do vazamento das provas.

O argumento dos procuradores foi o de que a gráfica não apresentou a documentação necessária para comprovar a experiência anterior em exames como o Enem. Desta forma não poderia assegurar que um novo vazamento de dados não seria possível. Para o tribunal, os documentos entregues pela Plural não cumprem as regras do edital.

O edital de licitação para contratação do serviço de impressão do Enem 2010 traz mais de 50 pré-requisitos relacionados à segurança. Entre eles, manter um vigilante a cada 100 metros, câmeras com monitoramento em tempo real de cada funcionário e sensor infravermelho para detectar a presença de pessoas no parque gráfico. O acesso do pessoal autorizado será feito por um leitor biométrico e os funcionários terão que usar uniforme especial sem bolsos ou compartimentos que permitam ocultar objetos.

Receita diz que filha de Serra pediu acesso a dados fiscais.


Do G1, em Brasília

A assessoria da Receita Federal informou oficialmente na noite desta terça-feira (31) que o acesso aos dados fiscais sigilosos da empresária Verônica Serra, filha do candidato à Presidência José Serra, foi motivado e feito a pedido da própria contribuinte.

Na noite desta terça, o site do jornal "O Estado de S. Paulo" informou que o sigilo fiscal de Verônica Serra tinha sido violado, a exemplo do que aconteceu com o vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge, e outras três pessoas ligadas ao partido.

O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, disse, após tomar conhecimento da informação da assessoria da Receita, que quer aguardar antes de fazer uma manifestação definitiva. Mas afirmou que, para ele, "a palavra da Receita, por ora, vale pouca coisa". "Para mim, não é definitivo. Vamos aguardar o esclarecimento dos fatos", declarou.

Segundo a Receita, os dados fiscais da filha de Serra foram acessados pela analista tributária Lúcia de Fátima Gonçalvez Milan, lotada na agência da receita em Santo André (SP).

“O acesso às informações foi feito a pedido da própria contribuinte Verônica Serra”, afirmou a assessoria de imprensa da Receita Federal, em Brasília.

Segundo a Receita, há documentos que provam que o acesso feito pela servidora nos dados sigilosos da filha do tucano foi feito “por necessidade de trabalho, de forma legalizada”.

Antes de dar detalhes sobre o nome do contribuinte que solicitou o acesso, a receita já havia informado que Lúcia de Fátima teve motivos profissionais para acessar os dados sigilosos. A corregedoria informou que a funcionária não teve responsabilidade sobre os vazamentos das informações sigilosas.

Na última sexta, o secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, disse que não havia motivação eleitoral no vazamento de dados fiscais sigilosos de integrantes do PSDB, que levou a uma investigação conduzida pela corregedoria do órgão. Ele atribuiu o fato à existência de um suposto “balcão de compra e venda de informação” no órgão.

Dilma mostra que tem brilho próprio e não é efêmera como obra de marketing político.

Mais sábio dos estrategistas do DEM, no segundo semestre do ano passado o ex-deputado Saulo Queiroz confidenciava a jornalistas: quando Dilma começar a aparecer na campanha, estaremos perdidos. Saulo estava empenhado em demonstrar ao partido que Aécio Neves seria o único candidato competitivo. Mas pegara a fantasia da mídia de que o "poste" Dilma Rousseff jamais decolaria.

O desesperado Saulo tentava desviar o partido do Titanic que se avizinhava. Fazendo tratamento quimioterápico, com peruca para esconder a perda de cabelos, Dilma já estava saindo da toca. Imagine quando tivesse os cabelos de volta, todo arrumadinho e começar a soltar a prosa mineira com naturalidade, insistia ele, em pânico porque, na outra ponta, o que se tinha a oferecer era José Serra.

Em vão! Assim como acreditou nos analistas econômicos em 1998, e não se preveniu para a maxidesvalorização, agora a mídia acreditava cegamente nos analistas políticos - e insistia que bastaria o "poste" ser exposto à luz da campanha para desaparecer.

Até duas semanas atrás, dia sim, dia não, os gênios da análise política diziam - e Serra repetia - que a campanha estava escondendo Dilma. A candidata saía de um tiroteio na CBN. E era acusada de estar sendo escondida. Enfrentava o Roda Viva, e a acusação persistia.

Diziam isso ao mesmo tempo em que acusavam Lula de dar super-exposição a Dilma.

Agora, Dilma aparece. Conclusão: pegou a herança de votos de Lula e começa a ampliar com seus próprios votos.

Em São Paulo, Lula atrai o voto petista; Dilma está avançando nos votos tucanos.

E está a inspirar os analistas póstumos do jornal.

Fonte: Clipping do Mário

Povo de favela de São Paulo aplaude Lula e vaia Kassab.

Veja como são as coisas, dia desses Serra disse no guia eleitoral que Lula não investiu em favelas de São Paulo.Como Serra criticou Lula sem combinar com o povo, sobrou para Kassab, seu aliado incondicional.

Apesar da lei eleitoral, ouve menções durante o ato à sua preferida para sucedê-lo, a candidata Dilma Rousseff (PT). Lula abreviou seu discurso depois da notícia do nascimento de seu neto Pedro, nascido em São Paulo. Mesmo assim, em um clima de quase histeria, foi exaltado pelos moradores a cada movimento, o que não aconteceu com o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), e muito menos com o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (DEM).

Kassab teve de apelar a brados com o nome de Lula da comunidade de Paraisópolis e ao centenário do Corinthians, para ofuscar as vaias.

Menos conhecido do público, Goldman, que sucedeu Serra no governo paulista, sofreu mais no início do seu discurso. No fim, aplausos modestos.

Antes mesmo da chegada de Lula, o mestre de cerimônias, alertou aos moradores: "Não preciso nem dizer em quem vocês vão votar aqui, não é?", insinuou, para em seguida, entoar jingles eleitorais do presidente. No fim, Lula passou seu microfone a um repentista que cantou "Dilma vai ser a frente, e você vem novamente".

Lula parabenizou os moradores de Paraisópolis pelo resultado de um leilão que rendeu R$ 4 milhões a serem aplicados no combate ao analfabetismo de cerca de 12 mil pessoas da região. A venda incluiu o terno utilizado pelo petista na sua primeira posse, em 2003.

O investimento feito em Paraisópolis conta com recursos federais, estaduais e municipais. O PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) em Paraisópolis soma quase R$ 319 milhões e vai beneficiar 21 mil famílias. Lula deve nesta terça-feira, participar dos festejos do centenário do Corinthians, clube do qual é torcedor, no Parque São Jorge.

Uol.

Altamiro Borges: “Cala boca, Willian Waack”


Um vazamento de áudio, na quinta-feira passada (26), expôs a postura arrogante do âncora do Jornal da Globo, que vai ao ar no final da noite. No momento em que a Dilma Rousseff rebatia as acusações levianas sobre a quebra de sigilo fiscal de dirigentes tucanos, Willian Waack deixou escapar a frase: “Manda calar a boca”. Diante da difusão do vídeo pela internet, somente agora a TV Globo emitiu uma nota pedindo desculpas aos telespectadores pela “falha técnica”.

Por Altamiro Borges


Segundo o sítio Comunique-se, a poderosa emissora garante que Willian Waack não se referiu à presidenciável, mas apenas pediu silêncio à equipe, já que o barulho “prejudicava a concentração dos apresentadores”. Mesmo assim, a lacônica nota tenta enterrar o constrangedor episódio: “Aos telespectadores, a TV Globo pede desculpas pela falha”. Nem o pedido de desculpa nem, muito menos, a estranha justificava devem convencer os que acompanham o trabalho deste jornalista.

Servidor do Instituto Millenium

Willian Waack nunca escondeu a sua oposição frontal ao governo Lula. Com seus comentários e suas caretas, ele sempre procura desqualificar as iniciativas do atual governo, em especial às que se referem à política externa e aos métodos democráticos de diálogo com os movimentos sociais. Seus alvos são as “amizades” de Lula com “ditadores populistas”, como Hugo Chávez, Cristina Kirchner e Evo Morales, e a sua “conivência” como movimentos “fora da lei”, como o MST.

No seminário do Instituto Millenium, em março passado, ele foi um dos mestres de cerimônia do convescote dos barões da mídia e ficou visivelmente empolgado com os incontáveis ataques ao “autoritarismo do governo Lula”. Na ocasião, a direita midiática procurou unificar sua pauta para a campanha presidencial e deixou explícito que concentraria todo o seu fogo contra a candidata Dilma Rousseff. Willian Waack foi uma das estrelas desta conspiração direitista e golpista.

Entrevista ou provocação policialesca

Mesmo após o lamentável episódio do vazamento do áudio, o apresentador segue caninamente as orientações traçadas no Millenium. No Jornal da Globo de ontem, que iniciou uma nova série de entrevistas com os presidenciáveis, ele se postou como um torturador diante da ex-ministra, no mesmo tom provocador do seu coleguinha Willian Bonner. Não fez nenhuma pergunta sobre as propostas da candidata ou sobre temas de relevo para a sociedade. Tentou, apenas, desgastá-la.

Como observou o blogueiro Luis Nassif, a entrevista procurou explorar factoides, insistindo nas especulações sobre quebra de sigilo fiscal, fatiamento do futuro ministério, influência de José Dirceu e outras bravatas demotucanas. “Surpreendente, porque Waack é dos mais preparados jornalistas da televisão. Se descesse do pedestal para discutir conceitos com a candidata, poderia ter proporcionado aos telespectadores um dos momentos altos do jornalismo nessa campanha”.

Momento de revolta do âncora

Mas não dá mais para esperar “jornalismo sério” de Willian Waack. Seus compromissos hoje são outros. O vazamento do vídeo simplesmente pode ter expressado um momento de ira do âncora da TV Globo, indignado com o definhamento da candidatura do demo-tucano José Serra e com crescimento de Dilma Rousseff. Afinal, os telespectadores não seguem mais as suas opiniões e as suas caretas. Na prática, a sociedade está mandando um recado: “Cala boca, Willian Waack”.

Canção: Nordeste Independente

Fatos e factoides.


Para tentar virar o resultado da eleição de outubro, que até agora aponta Dilma Rousseff como provável vencedora já no primeiro turno, a oposição busca desesperadamente o que chama de “fato novo”.


Este é o único produto em alta na campanha tucana no momento.

Com o “fato novo” procura-se um acontecimento que, usado calculadamente, poderia provocar impacto suficientemente forte para mudar o rumo da eleição, ou que, pelo menos, teria força para frear Dilma e manter a chance de levar Serra ao segundo turno.


Chama a atenção pergunta surgida no ex-blog do ex-prefeito carioca Cesar Maia, tutor de Indio da Costa, candidato a vice na chapa de Serra: “Drew Westen dizia, dois meses antes das eleições de 2008 nos EUA, que Obama precisava criar um fato novo. A quebra do Lehman Brothers encarregou-se disso. Aqui, isso não deve ocorrer. Então, o quê?”

Maia é o introdutor do factoide na cena brasileira. Mas factoide não é uma mentira. É um fato inexistente até ser usado como ato de manipulação política. Factoide é uma criação do jornalista e escritor norte-americano Norman Mailer, que deu esse sentido à expressão.


Factoides são os únicos recursos existentes no arsenal da oposição brasileira na campanha eleitoral. A força do factoide não está no fato em si, mas na forma com que é usado.

Nos últimos dias, mais uma vez, os fatos foram usados como factoides. Sempre com a obsequiosa ajuda da imprensa dita isenta e imparcial.


Simultaneamente à divulgação de novas pesquisas que ampliam a vantagem de Dilma Rousseff, reapareceu o episódio da quebra do sigilo fiscal de Eduardo Jorge, da direção do PSDB. É um fato grave. A Receita Federal fez o que devia. Abriu sindicância interna e descobriu que houve três acessos irregulares a dados pessoais de outros contribuintes tucanos. Os funcionários responsáveis devem pagar isso.


Eis aí o exemplo de um fato transformado em factoide.

Atribuíram a responsabilidade do ato irregular a Dilma Rousseff ou à equipe de campanha dela sem que haja provas. É um factoide de uma leviandade sem par, como atestam as duas declarações abaixo:


“Não é a primeira vez, isso vem de muitos anos. Lembram do dossiê dos aloprados do qual fui vítima?”, disse Serra.

“Dilma Rousseff tem de dar uma satisfação. Ela é a candidata dessa turma que praticou o ato ilegal”, atacou o senador Sérgio Guerra, presidente do PSDB.

Serra, hoje, é o candidato preferido pelos militares que apoiaram a tortura durante a ditadura militar. Seria, então, o caso de se perguntar: qual é a responsabilidade do candidato tucano com aquelas atrocidades? Honestamente, nenhuma.

Serra e aliados erraram desde o início. Apostaram sempre na desconstrução de Dilma Rousseff. Em consequência, nos palanques e no horário eleitoral gratuito de rádio e tevê, a oposição não tem o que dizer.

De qualquer forma, ainda há tempo de Serra reconstruir a campanha. Talvez, não mais para ganhar, mas somente para perder dignamente e, assim, poder contar aos netos do início ao fim a história de sua trajetória política.

TSE nega recurso de Joaquim Roriz, aliado de Sera, e barra sua candidatura por Ficha Limpa.


O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) confirmou nesta terça-feira, por 6 votos a 1, que o candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC) é "ficha suja" e não pode concorrer nas eleições deste ano.

Os ministros entenderam que a Lei do Ficha Limpa vale para quem já renunciou, inclusive para alguém como Roriz, que o fez antes da promulgação da legislação.

"Já vem de longe a preocupação de que a renúncia pudesse ser utilizada para escapar da cassação de mandato", afirmou o relator do caso, ministro Arnaldo Versiani. "Também não vejo pertinência na evocação do principio de presunção de inocência. Isso nada tem a ver com o caso em questão. O que se trata é de quem renuncia em vias de sofrer processo disciplinar".

Acompanharam Versiani os ministros Henrique Neves, Cármen Lúcia, Aldir Passarinho Júnior, Hamilton Carvalhido e Ricardo Lewandowski.

Neves, porém, fez a ressalva de que, em sua opinião, a lei não poderia ser aplicada no pleito desse ano, pois teria alterado o processo eleitoral. O artigo 16 da Constituição Federal afirma que qualquer alteração desse processo só pode acontecer com no mínimo um ano de antecedência das eleições.

Como ficou vencido neste ponto, seguiu os demais, ao afirmar que a lei vale para quem renunciou antes da promulgação da lei.

Roriz foi alvo de impugnação por ter renunciado ao cargo de Senador, em 2007, para escapar de processo de cassação. Ele era acusado de ter quebrado decoro parlamentar, após ter sido flagrado em conversa telefônica, discutindo a partilha de cheque de R$ 2 milhões. Roriz alega que se tratava de uma discussão para comprar uma bezerra.

Foi a primeira vez que o tribunal analisou um caso específico de alguém que renunciou para evitar cassação. A Lei do Ficha Limpa estabelece que o político que faz isso fica inelegível por oito anos após o fim do mandato que ele cumpriria. Como seu mandato se encerraria somente em 2014, ele fica inelegível até o final de 2022, quando ele terá 86 anos.

O advogado de Roriz, Pedro Gordilho, afirmou que a lei não poderia retroagir para prejudicar seu cliente. Ele também argumentou que, quando renunciou ao cargo, Joaquim Roriz não conhecia o teor da representação que pedia sua cassação na época e que a mesa diretora do Senado ainda não havia analisado aquele pedido.

"O que se discute são temas caros do Estado Democrático de Direito. É a segurança jurídica, a irretroatividade das leis, a presunção de inocência, a certeza de que o clamor não é o método correto de interpretação das leis", afirmou Gordilho.

O único ministro que concordou com os argumentos apresentados pela defesa de Roriz foi o ministro Marco Aurélio Mello, para quem a inelegibilidade é uma "sanção" e não poderia retroagir. "Aqui, a situação concreta é de retroação da lei", disse.

O candidato ainda poderá recorrer ao STF, alegando que a Lei do Ficha Limpa é inconstitucional. Ele continuará no páreo até que o Supremo julgue seu recurso. Se eleito, ele poderá ser cassado já no exercício de seu mandato, caso o tribunal não julgue o possível recurso até lá.

Folha.com

Para MPF, Globo e Clube dos Treze não fizeram cartel.

Por Mariana Mazza | Tela Viva

O processo de investigação por formação de cartel envolvendo as emissoras de TV e os principais clubes de futebol do país, organizados no Clube dos Treze e Clube dos Onze, está praticamente pronto para deliberação pelo tribunal concorrencial brasileiro, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O último parecer sobre o caso, do Ministério Público Federal (MPF), foi apresentado na terça-feira, 24, aos conselheiros do Cade. A análise, no entanto, vai em sentido contrário ao da avaliação feita pela Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, responsável pela montagem do inquérito, com relação à formação de cartel entre a Globo e os times de futebol na comercialização dos direitos de transmissão de jogos do Campeonato Brasileiro.

O procurador regional da República Marcus da Penha Souza e Lima, representante do MPF no Cade, sugeriu que as emissoras de televisão, o Clube dos Treze e o Clube dos Onze sejam absolvidos da acusação feitas pela SDE de formação de cartel e outras práticas anticoncorrenciais, especialmente com relação ao uso de cláusulas de exclusividade nos contratos firmados entre a Globo e os clubes de futebol. Nas palavras do procurador, as empresas devem ser absolvidas da "acusação de prática anticompetitiva consistente na colusão para a venda dos direitos de transmissão". Lima declara ainda que é "lícita a utilização de cláusula de exclusividade nos contratos assinados".

Sem preferência
Com relação à cláusula de preferência, que dá à Globo o direito de cobrir a oferta de concorrentes na hipótese de renovação dos contratos, no entanto, a sugestão do MPF foi pela condenação. Mesmo considerando a argumentação apresentada pela Globo de que o instrumento é legítimo para assegurar o retorno dos investimentos feitos pela emissora com a compra dos jogos, o procurador entendeu que a prática teve efeitos anticoncorrenciais. Isso porque a Globo acabou ficando ao menos nove anos com direito exclusivo de transmissão dos jogos sem que o Clube dos Treze sequer fizesse, de fato, uma concorrência pública para buscar outros interessados. Tudo embasado no direito de cobertura da oferta concedido à Globo pela cláusula de preferência.

Por isso, o procurador entendeu que houve um "extrapolamento da função eficiente da cláusula, cujo conteúdo tem cunho anticoncorrencial". Assim, Lima sugere em seu parecer a condenação da Globo e do Clube dos Treze por "limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa" ao usar a cláusula de preferência. A emissora e os clubes também são acusados de impedir o acesso de novas empresas no mercado e criar dificuldades ao desenvolvimento de concorrentes.

O MPF sugere ainda a condenação da Globo por mais uma prática anticompetitiva listada na Lei do Cade (8.884/94): a de "impedir o acesso de concorrente às fontes de insumo, matérias-primas, equipamentos ou tecnologias, bem como aos canais de distribuição". Por fim, o procurador pede que seja aberto um novo inquérito para analisar se a prática de venda dos direitos de transmissão para TV aberta, TV fechada e pay-per-view em um único pacote é lícita caso as emissoras e os clubes desportivos não concordem com o novo sistema de comercialização sugerido pela SDE.

Três pacotes
A negociação conjunta dos direitos de transmissão para essas três plataformas, no entendimento tanto da SDE quanto do MPF, beneficia apenas a Globo, único grupo que seria capaz de atender esse requisito contratual. Por isso, o procurador Lima conclui que "a venda conjunta das mídias parece flagrantemente anticoncorrencial" e acabou concordando com a sugestão apresentada pela equipe do Ministério da Justiça de adoção de um novo regime de venda dos jogos. Também propõe que a cláusula de preferência não seja mais adotada nos contratos futuros.

Estudo sobre prazos e vigências
O MPF recomendou que seja produzido um estudo para averiguar qual o prazo ideal para a vigência dos contratos, medido por temporadas. A SDE sugeriu que se adotasse um limite de quatro temporadas. Contudo, campeonatos em outros países, como o italiano e o espanhol, têm seus direitos de transmissão vendidos em pacotes menores, de dois e três temporadas, respectivamente. Por isso, o procurador entendeu que há a necessidade de uma perícia técnica para fixar com precisão qual o tempo de vigência necessário para assegurar o retorno dos investimentos feitos pelas emissoras na compra dos direitos do Campeonato Brasileiro de Futebol. Por ora, o MPF sugere a venda dos direitos em contratos de três temporadas.

Caso as sugestões da SDE e do MPF, com relação a quebra dos pacotes atuais de transmissão de jogos sejam acatadas, a comercialização será feita em três pacotes, da seguinte forma:

* Um pacote para os direitos de transmissão ao vivo das partidas de quartas-feiras e domingos, no máximo um jogo por praça em cada rodada;

* Um pacote para os direitos de transmissão ao vivo das partidas de quintas-feiras e sábados, no máximo um jogo por praça em cada rodada;

* Um pacote para os direitos de transmissão dos melhores momentos das partidas já realizadas.

Caso as empresas envolvidas no processo não concordarem com o método de comercialização, o MPF sugere que seja aberto novo processo administrativo para avaliar eventuais efeitos anticompetitivos do uso da cláusula de exclusividade nos contratos assinados após 2005. Vale lembrar, mais uma vez, que o MPF por enquanto não vê problema no uso de cláusula, considerada um meio de assegurar o retorno do investimento feito pelas emissoras na compra dos jogos.

Um último detalhe é que o MPF afastou todas as alegações apresentadas pelas emissoras e clubes com relação à nulidade do processo. Os interessados alegam que o processo prescreveu (ele foi aberto em 1997) e que não houve espaço para a livre defesa e para o contraditório na condução da investigação. Apesar de tramitar há 13 anos e o prazo para prescrição ser de cinco anos, o tempo transcorrido para manifestação das partes, investigações periciais, solicitação de documentos e outras ações dessa natureza são desconsiderados para a contagem do prazo.


Fonte: http://www.fndc.org.br/internas.php?p=noticias&cont_key=581404

Lula avisa: vem a São Paulo ajudar campanha de Mercadante

Embalado pela subida de nove pontos nas pesquisas de intenção de voto, o candidato petista ao governo do Estado de São Paulo, Aloizio Mercadante, informou ontem à imprensa que Lula vai desembarcar ao menos quatro vezes em terras paulistas para pedir voto para ele.

O temor na campanha de Geraldo Alckmin já se manifestou desde ontem. Os jornais informam que o tucano já pensa em estratégias para conter o avanço do petista.

Lula, PT e militantes sindicais da CUT acreditam na possibilidade de segundo turno.

domingo

O tamanho da vitória de Dilma.



Para vocês terem uma idéia da vitória de Dilma conforme se desenha pela mais recente pesquisa de intenção de votos do Ibope aplicada na semana passada depois de 12 programas de propaganda eleitoral no rádio e na televisão::

1. Ela vence em todas as regiões do país (Sudeste, 44% a 30% de Serra; Norte/Centro-Oeste, 56% a 24%; Nordeste, 66% a 20%; Sul, 40% a 35%).

2. Ela vence nos maiores colégios eleitorais (São Paulo, 42% a 35% de Serra; Minas Gerais, 51% a 25%; e Rio de Janeiro, 57% a 16%).

3. O Estado onde Dilma vence com maior folga é Pernambuco ((71% a 17%).

4. Ela vence entre os que têm renda familiar de até um salário mínimo ((58% a 22% de Serra). E entre os que têm renda de um a dois salários mínimos (53% a 26%). Empata entre os que têm renda superior a cinco salários (39% a 38%).

5. Ela vence em todas as faixas de escolaridade com uma diferença de 25% a 28%. E empata com Serra entre os que cursaram o ensino superior.

6. Ela vence entre os homens e entre as mulheres.

O que ainda deverá empurrá-la mais para cima?

Cerca de 12% dos eleitores ignoram que ela é a candidata de Lula a presidente. E dois terços dos eleitores acreditam que ela será eleita. Apenas 19% acreditam que o eleito será Serra.

Dilma abriu 24 pontos percentuais de vantagem sobre Serra. Está com 51%. Serra tem 27%.

Se a eleição fosse hoje, ela venceria direto no primeiro turno com 59% dos votos válidos (descontados nulos, brancos e indecisos).

Entenda como e por que Serra afundaria o Brasil na crise mundial.

Dilma em Pernambuco.


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sexta-feira

Elba no grande encontro: bela canção.

quinta-feira

Serra está cavando a sua cova.


José Serra, ao acusar Lula de ter mandado quebrar o sigilo dos tucanos para beneficiar Dilma, está fechando de vez o seu caixão. Essa é a hora de Lula ir para TV dizer que Serra é um picareta.Se Lula for para TV dizer que Serra é um mau-caráter Dilma vencerá a eleição tranquilamente, sem sair de casa.


Serra: governo federal quebrou sigilo para beneficiar Dilma



O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, acusou o governo federal de quebrar o sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB para beneficiar a candidatura da presidenciável petista Dilma Rousseff.

Agência Estado

“O governo federal é o responsável (pela quebra do sigilo) em benefício da campanha da Dilma. É óbvio isso. Não é uma ilação minha. É o que aconteceu”, afirmou Serra depois de fazer uma caminhada pela região central de Bauru (SP).

Dossiê e garupa: oposição insiste em teses furadas contra Dilma.


Os partidos que gravitam hoje em torno da candidatura oposicionista de José Serra (PSDB) possuem políticos experientes. Usando uma metáfora muito repetida pelo presidente Lula, podemos dizer que são gente que esteve no governo nos últimos 500 anos. Mesmo assim, na atual disputa eleitoral, é risível a maneira equivocada e amadora como a oposição tenta sustentar seu candidato e atacar a favorita nas pesquisas, Dilma Rousseff.

por Cláudio Gonzalez


Nesta semana, duas teses, baseadas em "acusações" pra lá de furadas, foram repetidas mais uma vez pela direita e pela mídia aliada para tentar conter a sangria desatada que enfraquece a oposição. Lançaram mão dos recorrentes temas dos "dossiês" e da “garupa”. Tentam debitar na conta da campanha governista os supostos vazamentos de dados fiscais de lideranças tucanas e, mais uma vez, o candidato José Serra andou espalhando que Dilma não teria autonomia como presidente e governaria "na garupa" do presidente Lula.

Tese furada 1: dados fiscais seriam usados para compor dossiês contra a oposição

Os oposicionistas continuam encantados com a façanha midiática que, em 2006, ajudou a provocar o segundo turno nas eleições presidenciais com a divulgação de imagens da montanha de dinheiro apreendido das mãos dos "aloprados" petistas que pretendiam comprar um suposto dossiê anti-tucanos. Este encantamento, que não resiste a um minuto de realidade concreta, é a única explicação para justificar a insistência dos tucanos e da mídia neste tema dos supostos dossiês. A oposição quer porque quer que acreditemos que uma tentativa de chantagear os adversários estaria por trás da quebra de sigilo fiscal de ilustres figuras do tucanato. A quebra teria sido feita por algum funcionário da Receita Federal. O assunto está sendo investigado pela Polícia Federal e pela Corregedoria Geral da Receita. Ontem, a Receita informou que além da declaração de imposto de renda de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB, também teriam sido consultados, sem motivação legal, os dados do ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros e do ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira, além de dezenas de outros nomes, a maioria sem ligação com a política. Um detalhe: os nomes citados acima são de tucanos que ficaram milionários durante o governo Fernando Henrique e são suspeitos de envolvimento em casos de corrupção envolvendo o processo de privatizações.

Não há espaço na atual disputa presidencial para o uso de dossiês. O PT aprendeu com a experiência traumática de 2006 que usar deste artifício contra os adversários é dar um tiro no próprio pé. Tanto que no comando da campanha de Dilma, desde o início da pré-campanha a ordem é rejeitar qualquer denúncia baseada em dossiês ou dados obtidos de forma escusa. Dilma lidera a disputa eleitoral sem fazer uma única acusação ao seu adversário no campo da ética. Sendo assim, os únicos que poderiam lançar mão de dossiês na campanha seriam os próprios oposicionistas, com ajuda da mídia.

Até o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marco Aurélio Mello, tratou de desqualificar a tese oposicionista. A Folha o procurou numa clara tentativa de usar a fala do ministro para legitimar a "denúncia" da oposição. Mas Mello não correspondeu às expectativas. Ele afirmou que a quebra de sigilo fiscal de adversários políticos é "golpe baixo", algo que, segundo ele, "não há espaço no campo eleitoral". E emendou: "Eles (a campanha de Dilma) não precisam disso. Parecem estar em situação confortável". Apesar da declaração, a Folha editou a entrevista dando a entender que Mello acusou os petistas de "golpe baixo".

O eleitorado, que não é bobo, já percebeu qual é o jogo da oposição e simplesmente está ignorando o assunto. Não há nenhum resquício de impacto deste tema "dossiê" na decisão de voto dos eleitores. Somente na internet, e mesmo assim restrito a alguns sites e blogs pró-oposição, é que o assunto ganha algum fôlego ao ser brandido por militantes direitistas mais empedernidos. Fora dos limites virtuais da grande rede, o povão não está dando a mínima pelota para este tema.

Apesar de o tema ter impacto zero na decisão do eleitor, a campanha governista não está disposta a levar desafora para casa. O comando da campanha de Dilma vai entrar com duas ações na Justiça contra José Serra por injúria e difamação. Além disso, o PT pedirá à Polícia Federal que apure como o vazamento dos dados foi parar na imprensa. Há suspeitas de que sejam os próprios oposicionistas que vazaram os dados sigilosos para a mídia.

Campanha de Dilma vai processar Serra

Ao anunciar ontem os processos contra Serra, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, disseque tanto o principal adversário de Dilma quanto o PSDB têm "indignação seletiva" e constroem "factóides". "Essa indignação externada pelo PSDB é seletiva, uma vez que episódios semelhantes e em datas muito próximas ocorreram, no ano passado, contra filiados ao PT e instituições da República", acusou Dutra. Com o dedo apontado na direção do tucanato, o petista não parou por aí. "Nossos adversários mostram carência de projetos e ficam agora tentando construir factóides e armações", afirmou.

Coordenador da campanha de Dilma, Dutra fazia referência à violação do sigilo fiscal da Petrobrás e ao vazamento da declaração do Imposto de Renda de diretores da estatal, em meados do ano passado. A lista incluía o então diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, Guilherme Estrella, filiado ao PT.

"À época, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) foi à tribuna apresentar esses dados como motivo para turbinar a CPI da Petrobrás", afirmou Dutra. "Se fôssemos irresponsáveis, como têm sido o PSDB e o seu candidato, afirmaríamos que todos aqueles vazamentos foram construídos de comum acordo com o PSDB para criar a CPI."

A presidenciável Dilma Rousseff também criticou os tucanos. Questionada sobre o assunto em uma coletiva à imprensa no aeroporto de Salvador-BA, a candidata declarou trata-se de uma acusação sistemática que somente prova o desespero (da oposição). "Sistematicamente, eles vem acusando sem provas e usam factóides para afetar nossa campanha", afirmou.

Tese furada 2: Dilma na garupa de Lula rende votos para Serra

Ainda nesta quinta-feira (26), José Serra provocou a manutenção, na pauta da imprensa, de uma outra tese furada que ele havia levantado inicialmente durante a entrevista que deu ao Jornal Nacional, da Rede Globo. O tucano reafirmou que Dilma, se eleita, governaria sob o comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o tucano, "isso não pode acontecer".

"Candidato não pode ter duas caras. Não se terceiriza comandos. É imaginativo pensar que o Brasil pode ser governado pelo Lula fora do governo. Isso não existe. Não se governa da garupa", afirmou Serra ao destacar que os eleitores precisam ficar atentos e saber diferenciar o presidente da candidata apoiada por ele.

Algum marqueteiro com um pouquinho mais de astúcia que o de Serra precisa explicar ao presidenciável tucano que esta tese da garupa é um tiro pela culatra. As pesquisas, todas elas, mostram claramente que os brasileiros aprovam o atual governo e creditam à figura do presidente Lula os êxitos alcançados. Portanto, dizer que uma determinada candidata poderá governar tendo o presidente Lula como conselheiro só pode render votos para esta candidata. É tão óbvio que chega a ser risível ver políticos experientes como Serra repetirem a "tese" da garupa como se isso fosse tirar votos de Dilma.

Aliás, vale lembrar que o próprio candidato tucano tentou pegar uma carona na "garupa" do presidente Lula ao exibir e elogiar o presidente em várias peças da campanha de Serra no horário eleitoral gratuito no rádio e na TV.

Portal Vermelho

'Serra Serrador': DilmaBoy [2]

Relação humana: João e Lucas.


João, menino nascido no seio de uma família humilde, fora do país que agora reside – França – mas, com muita gana.

Lucas, menino nascido no seio de uma família com uma estrutura financeira bem regular e com condições para investir na educação do mesmo fora do país: França.

João trabalha na portaria de um Teatro parisiense para completar o capital para se sustentar em terras estrangeiras e estudar.

Lucas estuda e nas horas vagas vai ao Teatro como qualquer garoto da sua idade gosta de fazer em busca de lazer, pois, admira a obra, que gosta de ler, em ações e movimentos.

João, não tem a oportunidade de ver o começo da peça que acontece no seu trabalho, pois, pelo menos a metade do espetáculo, João, usa para prestar conta do dinheiro e dos ingressos vendidos naquele dia.

Lucas, não tem a oportunidade de ver o final da peça, pois, como tem muitos afazeres sempre tem algo logo após seus horários de lazer, caracterizando assim, uma personalidade de muita cobrança de si mesmo.

João e Lucas estudavam na mesma Universidade.

Mesma biblioteca.

Mesma prateleira de livro.

Encontram-se.

Percebem que tem o mesmo gosto literário e conversam. Descobrem que gostam das mesmas obras que são apresentadas naquele Teatro. Logo, no mesmo encontro de idéias há o encontro, também, nos mesmos ambientes.

Um percebe que é o expectador e o outro bilheteiro.

Um percebe que sabe das peças do começo até a metade, o outro percebe que começa da metade pro fim.

Ambos percebem que não são completos.


Ou seja, somos seres que nos completamos só com relação mútua.

segunda-feira

Serra a busca de culpados, despenca e o culpado é o programa de TV.

Nos bastidores da campanha, críticas recaem sobre o marqueteiro Luiz González. Os que reclamam acham que o candidato tucano tem que ser mais agressivo não só contra Dilma, mas também para cima do próprio Lula.

No início da tarde da quarta-feira (18), no teatro TUCA, em São Paulo, logo depois do final do debate UOL/Folha de São Paulo com os candidatos à Presidência, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), esquivava-se com um sorriso educado de perguntas sobre dois temas. O primeiro: por que ele, vestido com uma jaqueta de couro preta e uma camisa esportiva rosa, era o único político ali que não estava de paletó e gravata? O que tinha achado do programa eleitoral de Serra, iniciado um dia antes, com referências ao presidente Lula e o candidato chamado de "Zé", em frente a uma favela de mentira, desenhada virtualmente?

À primeira pergunta, ele explicava que tinha ido para São Paulo participar de reuniões com a cúpula da campanha de Serra que foram se estendendo além do previsto. Resultado: não tinha mais camisas sociais limpas. Para a segunda, a esquivada era total: "Não vi o programa. Ficou ruim essa favela, é? Vamos ter que ver"
O que Sérgio Guerra evitava dizer é que mesmo ali, recém iniciado o horário eleitoral, já começavam as primeiras avaliações que apontavam para a desconfiança de que a campanha do candidato do PSDB tinha errado feio na concepção dos programas de TV. O mau desempenho de Serra esticava as reuniões de cúpula, que mantinham Sérgio Guerra, mesmo sem roupas limpas, em São Paulo. E as críticas só cresceram nos bastidores ao longo da semana. E começaram a se explicitar, ainda que de forma tímida, depois de divulgada no sábado (21) a última rodada da pesquisa Datafolha, que mostra a candidata do PT, Dilma Rousseff, 17 pontos na frente. Se as eleições fossem hoje, segundo o Datafolha, Dilma detonaria Serra ainda no primeiro turno.

A favela virtual do programa parece ser o símbolo máximo do artificialismo do programa de Serra. Afinal, o que é o candidato que se apresenta? O que ele deseja? Por que se apresenta como "Zé" se a vida inteira foi Serra? Se é de oposição, por que usa parte de seu programa para mostrar pontos de contato com o presidente Lula? Por que evita tanto atacar o atual governo?

Por enquanto, a maioria dos envolvidos na campanha de Serra evita fazer explicitamente críticas ao programa de TV. Mas políticos ouvidos pelo Congresso em Foco ponderam que ele deveria ser mais agressivo. Em um momento anterior da campanha, quando Serra liderava as pesquisas, havia um contingente grande do eleitorado que ainda não conhecia Dilma e que, portanto, não a associava com o presidente que tem mais de 80% de popularidade. Naquela época, era correto Serra não polemizar com Lula: ganhava pelo desconhecimento que se tinha de Dilma, ganhava por ser um nome mais conhecido e ganhava não se desgastando com um presidente popular. Mas agora, Dilma é cada vez mais conhecida pelo eleitorado como "a mulher do Lula". "Se o eleitor sabe que ela é a mulher do Lula, então nós temos que nos apresentar muito claramente como sendo uma candidatura que se opõe ao atual governo. Do contrário, não vamos fazer sentido na cabeça do eleitorado", avalia um deputado do DEM.

Para esse político, o marketing de Serra organizou-se para uma situação de manutenção da vantagem de Serra, um quadro que era verdadeiro há cerca de quatro meses. Mas Dilma ultrapassou o candidato do PSDB numa velocidade inesperada, e vem consolidando uma vantagem grande numa rapidez que os articuladores da campanha tucana também não previam. Havia um parâmetro nos quais os tucanos e os demistas acreditavam fortemente: mesmo o próprio Lula, na disputa com Geraldo Alckmin em 2006, não conseguira ganhar no primeiro turno. Não parecia possível que ele tivesse agora uma capacidade de transferência de votos maior do que a própria votação que obtivera. E Serra, acreditavam, era um candidato mais forte que Alckmin.

O problema é que a popularidade de Lula não parou de subir. E, avaliam alguns na campanha do PSDB, não houve agilidade para se compreender que essa situação exigia uma postura mais agressiva. Serra, considera esse grupo da campanha, precisa ir para o tudo ou nada.

Franco-atirador

Como não disputa cargo nenhum, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, virou uma espécie de franco-atirador, que diz claramente o que outros pensam nos bastidores. Os comentários que tem postado em seu blog nos últimos dias têm apoio especialmente no DEM, mas também em parte do PSDB e do PPS, outros partidos da aliança de Serra. No sábado (21), após a pesquisa do Datafolha, ele comentava: "A luz vermelha pisca sem parar no núcleo de marquetagem de Serra, no entanto, o noticiário é que vai manter a mesma estratégia até a Semana da Pátria. Esse pessoal é mesmo uma pérola".

Em seguida, Jefferson acrescentava-se: "Revive-se o drama da candidatura de Alckmin em 2006: enquanto tantos clamavam por mudanças na TV, dia após dia, no final nada veio. E, no desespero, o tucano enfim partiu para cima de Lula em um debate na TV, deixando-nos perplexos mas esperançosos. Não funcionou. O eleitor não aprovou: perdeu-se o timing".

Evitar campanhas mais agressivas é uma característica do marqueteiro Luiz González, responsável tanto pela campanha de Alckmin em 2006 quanto da de Serra agora. Os que o criticam acham é que a sua ideia de fazer programas mais dóceis, apostando no alto astral, pode funcionar com candidatos que estão em vantagem (e, acrescentam, com candidatos que estão em vantagem qualquer coisa costuma funcionar). Se o candidato precisa, porém, reverter situações de desvantagem, ele precisa aparecer como contraponto de forma mais contundente. E é isso o que estaria faltando, avalia Jefferson e os que criticam González, nos atuais programas.

De um total de 270 pessoas que trabalham na estrutura de comunicação da campanha de Serra, nada menos que 140 estão na equipe de televisão. Sinal do valor que se dá para essa ferramenta como alavanca da campanha. A estrutura responsável pela propaganda eleitoral responde por um terço do orçamento previsto pela campanha tucana. Por isso é que, agora, quando tudo dá errado, atribui-se tanto os erros a essa mesma propaganda.

O primeiro erro apontado está em chamar Serra, que é assim conhecido desde que era presidente da UNE na década de 60, de "Zé". A ideia era tirar de Serra sua cara de professor e aproximá-lo do povo, reforçando sua origem humilde, de filho de comerciante de frutas e legumes no mercado de São Paulo. Ocorre que ninguém chama Serra de "Zé". Chamá-lo assim agora, criticam, é tão artificial quanto a favela que apareceu no programa. Por que uma favela de mentira? Serra não tem coragem de gravar o programa numa de verdade? Ainda que seja verdadeiro que Serra e Lula estiveram do mesmo lado em vários momentos, reforçar essa fato agora, dizem os críticos do programa, não faz sentido se Serra é o candidato da oposição. Os eleitores já sabem quem é a candidata do presidente.

As críticas ao programa começam a sair dos bastidores. No domingo, o senador Arthur Virgílio, candidato à reeleição no Amazonas, também criticou a estrutura centralizada do programa de Serra, pouco permeável a sugestões e críticas.
Por enquanto, como comentou e criticou Roberto Jefferson em seu blog, a intenção dos responsáveis é manter o mesmo tom para os programas de Serra, apesar das reclamações, até o feriado de 7 de setembro. Mas, no sábado (21) à noite, já houve um primeiro esboço de postura mais agressiva. Num apêndice, ao final do programa, algo que nem parecia fazer parte do programa de Serra, foi ao ar uma crítica mais dura a Dilma. Um locutor dizia que o Brasil perfeito que aparecia nos programas da candidata do PT não correspondia à realidade. Que aquela não era a verdadeira situação da saúde ou da educação brasileiras. E dirigia-se ao eleitor dizendo que ele sabia disso. Na campanha, os que esperam mais agressividade torcem para que seja só o começo. Mas, como comenta Jefferson, rezam para que já não seja tarde demais.

Humoristas contra a censura.

O Colapso do PSDB: sem direção, ideologia e força.

Bom, desde 2007 alertei para esse processo sistemático de desmonte da legenda. Inúmeras vezes mostrando o suicídio a que o partido estava sendo levado por conta do ego de FHC. E a fraqueza de José Serra para inverter esse jogo, perder a eleição, mas preservando a dignidade política e o partido.

A velha mídia, que teve papel decisivo nesse fator Jim Jones, agora abre espaço para avaliações isentas. Tarde demais.

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O colapso do PSDB

Por Vladimir Safatle

HÁ ALGO de melancólico na trajetória do PSDB. Talvez aqueles que, como eu, votaram no partido em seu início, lembrem do momento em que a então deputada conservadora Sandra Cavalcanti teve seu pedido de filiação negado. Motivo: divergência ideológica.

De fato, o PSDB nasceu, entre outras coisas, de uma tentativa de clarificação ideológica de uma parcela de históricos do MDB mais afeitos às temáticas da socialdemocracia européia.

Basta lembrarmos dos votos e discussões de um de seus líderes, Mario Covas, na constituinte. Boa parte deles iam na direção do fortalecimento dos sindicatos e da capacidade gerencial do Estado. Uma perspectiva contra a qual seu próprio partido voltou-se anos depois.

A história do PSDB parece ser a história do paulatino distanciamento desse impulso inicial. Ao chegarem ao poder federal, os partidos socialdemocratas que lhe serviram de modelo (como os trabalhistas ingleses e o SPD alemão) haviam começado um processo irreversível de desmonte das conquistas sociais que eles mesmos realizaram décadas atrás. Um desmonte que foi acompanhado pela absorção de suas agendas políticas por temáticas vindas da direita, como a segurança, a imigração, a diminuição da capacidade de intervenção do estado, entre outros.

Este movimento foi reproduzido pelo governo de Fernando Henrique Cardoso.

Assim, víamos uma geração de políticos que citavam, de dia, Marx, Gramsci, Celso Furtado e, à noite, procuravam levar a cabo o "desmonte do estado getulista", "a quebra da sanha corporativa dos sindicatos", ou "a defesa do Estado de direito contra os terroristas do MST".

O resultado não foi muito diferente do que ocorreu com os partidos socialdemocratas europeus. Fracassos eleitorais se avolumaram, resultantes, principalmente, de uma esquizofrenia que os faziam ir cada vez mais à direita e, vez por outra, sentir nostalgia de traços ainda não totalmente extirpados de discursos classicamente socialdemocratas. No caso alemão, o SPD acabou prensado entre uma direita clara (CDU, FDP) e uma esquerda renovada (Die Linke).

No caso brasileiro, esta eleição demonstra tal lógica elevada ao paroxismo. Assistimos agora ao candidato do PSDB ensaiar, cada vez mais, um figurino de Carlos Lacerda bandeirante; com seu discurso pautado pela denúncia do aumento galopante da insegurança, do narcotráfico, do angelismo do governo com o terrorismo internacional das Farcs e, agora, o risco surreal de "chavismo" contra nossa democracia. Um figurino que não deixa de dar lugar, vez por outra, a uma defesa de que é de esquerda, de que recebeu palavras carinhosas de Leonel Brizola, de que vê em Lula alguém "acima do bem e do mal" etc.

Nesse sentido, o caráter errático de sua campanha não é apenas um traço de seu caráter ou um problema de cálculo de marketing.

Trata-se do capítulo final da dissolução ideológica de uma sigla que só teria alguma chance se tivesse ensaiado algo que o PS francês tenta hoje: reorientação programática a partir de um discurso mais voltado à esquerda e (algo que nunca um tucano terá a coragem de fazer) autocrítica em relação a erros do passado.

O autor é professor no departamento de filosofia da USP

A calourada de Medicina e alguns debates.


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OF. COREN/DIPRE-PE Nº 211/2010

Recife, 20 de agosto de 2010.

À
Universidade Federal de Pernambuco
Reitor Amaro Henrique Pessoa Lins
Em Mãos

Magnífico Reitor,

O Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco, Autarquia Federal, com sede a Rua Barão de São Borja, 243, Boa Vista, Recife, através de sua Presidente, a Dra. Celia Arribas, acabou de, oficialmente receber denuncia, por meio de várias estudantes de enfermagem, da existência de grande numero de cartazes espelhados por toda a Universidade, anunciando uma “CALOURADA DE MEDICINA UFPE – 2010.2”, em cujos cartazes apresenta uma enfermeira em trajes menores, com uma sibilina seringa na boca e logo abaixo os dizeres: “A PRIMEIRA A GENTE NUNCA ESQUECE,MAS... A SEGUNDA É AINDA MELHOR”. Além desses cartazes, camisetas estão sendo usadas com os mesmos dizeres e foto de enfermeira em trajes menores.

De imediato, a Presidência deste Conselho determinou que providências fossem adotadas pela Procuradoria Geral, com o fim de coibir comportamento desse jaez que maculam os profissionais da Enfermagem como um todo.

Destaque-se que esse evento está sendo anunciado para o próximo dia 28 de agosto, no Clube Universitário da U.F.PE, com entrada paga e sob o patrocínio da empresa Megaeventus, a qual, certamente firmou contrato com essa Universidade para celebração do referido evento.

Como se verifica cristalinarmente, os referidos cartazes nada têm haver com formando em medicina e se utiliza da figura de uma enfermeira, em dizeres de duplo sentido, e, em trajes menores, num desrespeito sem tamanho a nobre categoria profissional que tem cuidado das pessoas e que têm relevantes serviços prestados à saúde dos Pernambucanos.

Desse modo, no instante em que faço a comunicação de tão desagradável acontecimento, este Conselho, por sua Procuradoria Geral, espera que medidas urgentes sejam adotadas, no sentido de que o evento já marcado pelos alunos do segundo período de Medicina tenha outra conotação, fazendo retirar as alusões ofensivas à enfermagem Pernambucana, sem prejuízo de medidas outras que devem ser tomadas contra os organizadores do referido evento.

No aguardo de uma pronta atitude dessa Reitoria, subscrevemo-nos,

Atenciosamente,

Célia Morais de Arribas
Presidente

Paulo Azevedo
Procurador Geral

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REPERCUSSÃO:

Coren quer retratação dos alunos de medicina

Depois de classificar de "mau gosto" e comunicar ao reitor da UFPE, Amaro Lins, a posição da entidade contra o desrespeito aos profissionais e estudantes de enfermagem semana passada, exigindo a retirada de cartazes e panfletos do campus da Universidade, o Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) cobra agora uma retratação pública de "mesmo impacto" relativa à campanha da calourada organizada por estudantes do 2º período de medicina da instituição.


Estudantes do curso de enfermagem da UFPE se sentiram ofendidos com a imagem usada nos cartazes que convocavam para festa que foi suspensa. Foto: Fellipe Castro/Esp. Aqui PE/D.A Press
Como o Diario de Pernambuco noticiou com exclusividade no último sábado, a festa de calouros do curso na área de saúde, que estava marcada para o próximo dia 28, foi cancelada depois que cartazes de conteúdo ofensivo e preconceituoso começaram a circular, causando mal-estar e constrangimento a estudantes e profissionais de enfermagem. Na publicidade, aparece a caricatura de uma mulher vestida com uniforme de enfermeira, com trajes mínimos e levando uma seringa à boca, ao lado de uma mensagem de duplo sentido que se refere a sexo.

Ainda indignadacom o fato, a presidente do conselho, Célia Arribas, declarou ontem não descartar a possibilidade de entrar com ação por danos morais na Justiça contra o grupo de estudantes, ao todo quase 30 pessoas, caso a retratação pública não seja feita. Para impedir que sejam processados na esfera cível, os calouros de medicina da UFPE irão se reunir hoje, às 8h, com o procurador geral do Coren-PE, Paulo Azevedo, na sede da entidade, no bairro da Boa Vista, para tentar o diálogo e saber quais são as exigências para a retratação pública.

Arrependidos, os calouros dizem estar dispostos a colaborar no que for possível. "Não tivemos intenção alguma de denegrir a imagem dos profissionais de enfermagem. Queremos conversar para evitar uma medida maior", comentou um dos organizadores da calourada, Bruno Ishigami, que garantiu já terem retirado os panfletos de circulação. "Nos sentimos humilhados e exigimos uma posição para a sociedade", disse Priscila Nogueira, uma das estudantes de enfermagem da UFPE.

Célia Arribas não poderáparticipar da reunião com os estudantes porque viaja hoje cedo para participar de um congresso da entidade em Teresina (Piauí), onde deve ficar até a próxima sexta-feira. A presidente do órgão, porém, afirmou que poderá voltar ao Recife para resolver o caso se for necessário. "Foi um ato de arbitrariedade e de irresponsabilidade. Não se pode deixar assim impune", criticou.

Em função do episódio, a pró-reitora para Assuntos Acadêmicos (Proacad) da UFPE, Ana Cabral, já havia suspenso a festa dos novatos de medicina além de outras eventuais calouradas, por tempo indeterminado. A condição para voltar a autorizar as festas é de que se discipline regras para eventos desse tipo. Até lá o clima já azedou.


sábado

Algumas candidaturas nas eleições 2010.



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Fonte: Liso Sapiens.

Nem oração salva...


Na manhã deste sábado (21), o candidato do PSDB à presidência da República José Serra participou de uma caminhada em Duque de Caxias (a 15 km da capital fluminense) com direito a fogos, carros de som - que não tocou nenhuma vez seu jingle - e oração. Um pastor da igreja Assembleia de Deus pediu a todos os presentes uma oração ao prefeito da cidade, José Camilo Zito, deputados da região e a Serra.

O tucano agradeceu Zito e disse que ele é o maior cabo eleitoral de rua do Brasil. Empossado no microfone, Serra aproveitou para dizer que falta atenção do Ministério da Saúde a Baixada Fluminense. "Aqui tem tudo para decolar, se o governo federal vir até aqui e trabalhar com as prefeituras", disse.

Terra Magazine

Calourada de Medicina e alguns debates.

No cartaz, uma ruiva sexy de vestido curtinho, decotão e seringa na boca provoca: "A primeira a gente nunca esquece, mas a segunda é ainda melhor". Com curvas generosas e uma boa pitada de malícia, ela convida para uma festa. A ruiva está vestida de enfermeira. A comemoração é a calourada do curso de medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), marcada para o sábado 28. Os alunos de enfermagem - 90% mulheres - consideraram os cartazes preconceituosos com a profissão e com o sexo feminino. E o Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) já avisou: irá ingressar com ação na Justiça por danos morais contra os organizadores do evento. A polêmica foi tão grande que os donos da festa, os alunos de medicina do 2º período, cancelaram a calourada. Antes do anúncio do cancelamento, o evento já havia sido suspenso por determinação da Pró-Reitoria para Assuntos Acadêmios da UFPE. A Reitoria suspendeu, inclusive, todas as demais calouradas até que sejam definidas normas para realização de tais eventos.


Nos corredores do prédio de enfermagem os alunos não escondem a indignação e afirmam que a propaganda macula a imagem dos profissionais da área Foto: Fellipe Castro/Esp. Aqui PE/D.A Press
Nessa confusão, a turma de medicina do 2º período está isolada. Nem o coordenador do curso defende a atitude dos futuros médicos. "O cartaz é de muito mau gosto e não reflete a posição da coordenação do curso, dos professores, nem da maior parte dos alunos. É uma coisa individualizada, de uma mediocridade e uma banalidade de tal ordem que não deveria nem ter repercussão", disparou Oscar Coutinho. E continuou: "Isso foge completamente à ideia de multiprofissionalidade, no sentido de juntar as profissões na assistência à saúde".

A posição do Coren-PE segue a mesma linha. Em um ofício encaminhado ontem ao reitor da UFPE, Amaro Lins, o conselho se posiciona: "os referidos cartazes nada têm a ver com o formando em medicina e se utilizam da figura de uma enfermeira, em dizeres de duplo sentido e em trajes menores, num desrespeito sem tamanho à nobre categoria profissional", diz o texto assinado pelo procurador geral do Coren-PE, Paulo Azevedo. O documento reforça, ainda, que a imagem "macula" os profissionaisda enfermagem como um todo e pede que sejam tomadas medidas para que o evento tenha outra conotação. O ofício foi encaminhado a pedido da presidente do conselho, Célia Arribas.

A confusão chegou aos ouvidos da pró-reitora para Assuntos Acadêmicos da UFPE, Ana Cabral, na última quinta-feira, após reunião realizada na Câmara de Graduação dos cursos de saúde, na terça. Ana informou que encaminhou ontem um ofício ao Diretório Acadêmico de medicina solicitando que o material de divulgação fosse recolhido.

Segundo alunas de enfermagem, dois cartazes estavam circulando na universidade e na internet. Em e-mail encaminhado ao Diario, uma estudante diz que a seringa na boca da enfermeira é uma imagem fálica. No Orkut, outra aluna reclama: "não se pode mais ter essa imagem da profissão. São 87 anos de enfermagem como curso superior no Brasil e 60 anos na UFPE. Já se passou tempo suficiente para que a enfermagem receba o devido reconhecimento", escreveu Hítala Evinlyn. Nos corredores do prédio de enfermagem as alunas estavam indignadas. "Não queremos confronto com os alunos de medicina. Estamos desconfortáveis com a atitude de um grupo", disse a tesoureira do Diretório Acadêmico de Enfermagem, Rutheanne Melo de Siqueira, 22 anos. "Esse posicionamento é um desrespeito à categoria e à mulher. Eles deveriam conhecer a história da enfermagem antes de vulgarizar a nossa imagem ", disse Amanda Tabosa, 21 anos, 6º período. A presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Pernambuco, Olímpia
Domingues, orientou os alunos a denunciar o caso aos órgãos nacionais de enfermagem.

Fonte: Diario de Pernambuco