Assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, o professor Marco Aurélio Garcia (PT) afirma que somente o "desespero e a falta de compustura" podem explicar a tentativa do candidato José Serra (PSDB) e do seu vice, Indio da Costa(DEM), de vincular o PT às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Numa demonstração de desequilíbrio emocional, o presidenciável tucano acabou respaldando as agressões e calúnias que seu vice lançou contra a adversária Dilma Rousseff e o PT.
Coordenador do programa de governo da campanha presidencial de Dilma Rousseff, Garcia se diz "surpreendido" com as palavras de Serra, que se incorporou ao vice e declarou na tarde desta segunda-feira (19) em Minas Gerais: "A ligação do PT é com as Farc. Isso todo mundo sabe. Agora, as Farc são uma força ligada ao narcotráfico. Não significa que o PT faça o narcotráfico".
"Me surpreende", reage Garcia, em conversa com o Terra. "Porque eu achei que ele (Serra) tivesse mais equilíbrio emocional... Quem quiser saber nossa posição em relação às Farc pergunte ao presidente (Alvaro) Uribe, da Colômbia, que ele pode prestar esse esclarecimento".
Numa conversa organizada pelo site "mobilizapsdb", Indio da Costa ligou o PT às Farc e ao crime organizado na Colômbia. "Todos sabem que o PT é ligado às Farcs, ao narcotráfico, a tudo o que há de pior. Não tenho dúvida nenhuma disso", garantiu o vice de Serra. O vídeo foi retirado do ar, mas continua disponível no Youtube.
Apelo para o vale-tudo
Num primeiro momento, dada a ampla repercussão negativa das declarações de Índio da Costa, lideranças do PSDB e do DEM recuaram e tentaram minimizar a polêmica (leia mais aqui). Mas parecem ter sido orientados a voltar atrás e passaram, nesta segunda-feira, em bloco, a referendar as calúnias que o jovem vice de Serra andou espalhando no site do PSDB e em seu perfil no Twitter.
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), também endossou as declarações do deputado demista. Durante coletiva de imprensa no final da tarde desta segunda, Guerra proferiu inúmeros ataques ao Partido dos Trabalhadores, chamou as Farc de "sócio incômodo do PT" (sic) e disse que seu partido "não frenquenta o subtarrâneo da política". Disse ainda que a polêmica sobre as declarações de Índio da Costa "´pe uma tentativa de passar para a sociedade que estão sendo vitimizados". "O PT tem relação com as Farc, eu conheço o assunto", acrescentou, dizendo ainda que o seu partido não irá "aceitar a provocação"”.
Numa tentativa de desviar o foco do assunto, lideranças tucanas e o próprio candidato José Serra tentaram embutir novos "temas" na polêmica, requentando denúncias vazias publicadas na imprensa contra Dilma Rousseff e o PT.
Para isso, levaram até a entrevista coletiva com Guerra, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e Eduardo Jorge Caldas Pereira, vice-presidente do PSDB. Dias trouxe à tona novamente o Caso Lina Vieira e disse que o PSDB entrará com uma representação junto à Procuradoria Geral da República pedindo apuração sobre reportagem publicada neste final de semana pela revista “Veja” de que haveria imagens que comprovariam uma reunião entre a candidata petista, Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil, e Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal. No ano passado, Lina afirmou que teria recebido um pedido de Dilma para "agilizar" a fiscalização de empresas da família Sarney.
Já Eduardo Jorge prestou seu depoimento enquanto "vítima" da quebra de sigilo fiscal pela Receita Federal. Ele é acusado de envolvimento em escândalos de corrupção durante o governo FHC (leia mais aqui).
No mesmo rumo, José Serra cobrou apuração do caso do suposto vazamento do Imposto de Renda de Eduardo Jorge. "Os esclarecimentos do que disse, do que não disse, o próprio Indio da Costa o fará. Agora, de toda maneira, aí nós estamos discutindo opiniões. Alguns podem gostar, outros não gostar", declarou Serra, chamando a atenção para o que considera "uma coisa mais séria". "Que é quebra de sigilo, que é afronta à Constituição, prática de crime". Para o candidato do PSDB, a quebra de sigilo seria usada "como arma para baixaria eleitoral". "Essa questão precisa ser apurada, ir para a Justiça e ser resolvida ali na Justiça, porque é um crime muito grave como vários outros que têm sido praticados, cercando toda essa história de dossiê", disse o tucano, tentando resgatar um assunto "dossiês" que a mídia criou e que já estava esquecido por falta de sustentação em fatos.
Outro aliado de Serra que apelou para o vale-tudo numa tentativa aloprada de salvar a reputação de Índio da Costa foi Paulo Bornhausen, líder do DEM na Câmara dos Deputados. Pelo Twitter, Bornhausen disse: "- [Indio da Costa] Falou o que todos já sabem: o PT tem ligações umbilicais com as Farc, que por sua vez vive do narcotráfico. O que falta é a Justiça agir".
O presidente petebista, Roberto Jefferson, também aproveitou a polêmica e reforçou. "O PT quer processar Indio, vice do Serra, que tuitou que o PT é ligado as Farc. E não é?".
DEM aprendeu com a ditadura
Na blogosfera, o assunto também ganhou grande repercussão e uma quase unânime condenação às bravatas da campanha demo-tucana.
Para o jornalista Paulo Moreira Leite, da revista Época, as declarações do vice de Serra "são um escândalo -- mas é preciso reconhecer que guardam coerência com sua legenda", herdeira da ditadura militar. "Um dos traços típicos daquele regime era fazer acusações sem prova. Compreende-se. Num tempo em que a Justiça chegava a cumprir funções decorativas, quem estava no exerício do poder podia exercitar a violência conforme suas conveniencias e interesses, sem razão para perder tempo com formalidades legais, não é mesmo?", dispara o jornalista.
Segundo Moreira Leitea, o vice de Serra "preferiu a mentira, a denuncia sem prova, o mau serviço de um tipo ruim de jornalismo que acusa e depois não consegue se sustentar. O esforço para vincular o PT às FARC e ao narcotráfico É um mau começo para quem acaba de entrar na campanha". O jornalista publicou o texto em sua coluna no portal G1 http://colunas.epoca.globo.com/paulomoreiraleite/2010/07/19/indio-na-pre-historia/ antes de tomar conhecimento de que o candidato José Serra também repetiu as mesmas "mentiras e denúncias sem prova”, empregando os métodos dos que rejeitam a democracia e o Estado de direito.
"Serra e Indio, mostram juntos que estão a serviço da divisão e da intolerância. Para eles os adversários são inimigos que devesse destruir, caluniar e sujar", reagiu o blogueiro petista Luis Favre, em seu blog. "O incidente é muito significativo e ensina muito sobre a verdadeira natureza da oposição e do carater de sua candidatura", diz Favre. http://blogdofavre.ig.com.br/
O jornalista Ricardo Kotscho também protestou. Em seu blog, disse: "Se a intenção era utilizá-lo para radicalizar o discurso demo-tucano e abrir a temporada de baixarias, como um franco atirador na blogosfera, algo fugiu do roteiro dos marqueteiros".
PT já prepara ações na Justiça
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, declarou em entrevista coletiva nesta tarde que o partido vai entrar com uma ação criminal e uma civil por danos morais contra o deputado Indio da Costa por suas declarações. Além disso, o PT vai entrar também com uma ação eleitoral contra o partido tucano, pois foi o site oficial da legenda que divulgou as declarações do vice-candidato. Na ação, o PT solicita direito de resposta no site do partido adversário. (leia mais aqui)
Da redação Vermelho, Cláudio Gonzalez, com Agências
Coordenador do programa de governo da campanha presidencial de Dilma Rousseff, Garcia se diz "surpreendido" com as palavras de Serra, que se incorporou ao vice e declarou na tarde desta segunda-feira (19) em Minas Gerais: "A ligação do PT é com as Farc. Isso todo mundo sabe. Agora, as Farc são uma força ligada ao narcotráfico. Não significa que o PT faça o narcotráfico".
"Me surpreende", reage Garcia, em conversa com o Terra. "Porque eu achei que ele (Serra) tivesse mais equilíbrio emocional... Quem quiser saber nossa posição em relação às Farc pergunte ao presidente (Alvaro) Uribe, da Colômbia, que ele pode prestar esse esclarecimento".
Numa conversa organizada pelo site "mobilizapsdb", Indio da Costa ligou o PT às Farc e ao crime organizado na Colômbia. "Todos sabem que o PT é ligado às Farcs, ao narcotráfico, a tudo o que há de pior. Não tenho dúvida nenhuma disso", garantiu o vice de Serra. O vídeo foi retirado do ar, mas continua disponível no Youtube.
Apelo para o vale-tudo
Num primeiro momento, dada a ampla repercussão negativa das declarações de Índio da Costa, lideranças do PSDB e do DEM recuaram e tentaram minimizar a polêmica (leia mais aqui). Mas parecem ter sido orientados a voltar atrás e passaram, nesta segunda-feira, em bloco, a referendar as calúnias que o jovem vice de Serra andou espalhando no site do PSDB e em seu perfil no Twitter.
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), também endossou as declarações do deputado demista. Durante coletiva de imprensa no final da tarde desta segunda, Guerra proferiu inúmeros ataques ao Partido dos Trabalhadores, chamou as Farc de "sócio incômodo do PT" (sic) e disse que seu partido "não frenquenta o subtarrâneo da política". Disse ainda que a polêmica sobre as declarações de Índio da Costa "´pe uma tentativa de passar para a sociedade que estão sendo vitimizados". "O PT tem relação com as Farc, eu conheço o assunto", acrescentou, dizendo ainda que o seu partido não irá "aceitar a provocação"”.
Numa tentativa de desviar o foco do assunto, lideranças tucanas e o próprio candidato José Serra tentaram embutir novos "temas" na polêmica, requentando denúncias vazias publicadas na imprensa contra Dilma Rousseff e o PT.
Para isso, levaram até a entrevista coletiva com Guerra, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e Eduardo Jorge Caldas Pereira, vice-presidente do PSDB. Dias trouxe à tona novamente o Caso Lina Vieira e disse que o PSDB entrará com uma representação junto à Procuradoria Geral da República pedindo apuração sobre reportagem publicada neste final de semana pela revista “Veja” de que haveria imagens que comprovariam uma reunião entre a candidata petista, Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil, e Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal. No ano passado, Lina afirmou que teria recebido um pedido de Dilma para "agilizar" a fiscalização de empresas da família Sarney.
Já Eduardo Jorge prestou seu depoimento enquanto "vítima" da quebra de sigilo fiscal pela Receita Federal. Ele é acusado de envolvimento em escândalos de corrupção durante o governo FHC (leia mais aqui).
No mesmo rumo, José Serra cobrou apuração do caso do suposto vazamento do Imposto de Renda de Eduardo Jorge. "Os esclarecimentos do que disse, do que não disse, o próprio Indio da Costa o fará. Agora, de toda maneira, aí nós estamos discutindo opiniões. Alguns podem gostar, outros não gostar", declarou Serra, chamando a atenção para o que considera "uma coisa mais séria". "Que é quebra de sigilo, que é afronta à Constituição, prática de crime". Para o candidato do PSDB, a quebra de sigilo seria usada "como arma para baixaria eleitoral". "Essa questão precisa ser apurada, ir para a Justiça e ser resolvida ali na Justiça, porque é um crime muito grave como vários outros que têm sido praticados, cercando toda essa história de dossiê", disse o tucano, tentando resgatar um assunto "dossiês" que a mídia criou e que já estava esquecido por falta de sustentação em fatos.
Outro aliado de Serra que apelou para o vale-tudo numa tentativa aloprada de salvar a reputação de Índio da Costa foi Paulo Bornhausen, líder do DEM na Câmara dos Deputados. Pelo Twitter, Bornhausen disse: "- [Indio da Costa] Falou o que todos já sabem: o PT tem ligações umbilicais com as Farc, que por sua vez vive do narcotráfico. O que falta é a Justiça agir".
O presidente petebista, Roberto Jefferson, também aproveitou a polêmica e reforçou. "O PT quer processar Indio, vice do Serra, que tuitou que o PT é ligado as Farc. E não é?".
DEM aprendeu com a ditadura
Na blogosfera, o assunto também ganhou grande repercussão e uma quase unânime condenação às bravatas da campanha demo-tucana.
Para o jornalista Paulo Moreira Leite, da revista Época, as declarações do vice de Serra "são um escândalo -- mas é preciso reconhecer que guardam coerência com sua legenda", herdeira da ditadura militar. "Um dos traços típicos daquele regime era fazer acusações sem prova. Compreende-se. Num tempo em que a Justiça chegava a cumprir funções decorativas, quem estava no exerício do poder podia exercitar a violência conforme suas conveniencias e interesses, sem razão para perder tempo com formalidades legais, não é mesmo?", dispara o jornalista.
Segundo Moreira Leitea, o vice de Serra "preferiu a mentira, a denuncia sem prova, o mau serviço de um tipo ruim de jornalismo que acusa e depois não consegue se sustentar. O esforço para vincular o PT às FARC e ao narcotráfico É um mau começo para quem acaba de entrar na campanha". O jornalista publicou o texto em sua coluna no portal G1 http://colunas.epoca.globo.com/paulomoreiraleite/2010/07/19/indio-na-pre-historia/ antes de tomar conhecimento de que o candidato José Serra também repetiu as mesmas "mentiras e denúncias sem prova”, empregando os métodos dos que rejeitam a democracia e o Estado de direito.
"Serra e Indio, mostram juntos que estão a serviço da divisão e da intolerância. Para eles os adversários são inimigos que devesse destruir, caluniar e sujar", reagiu o blogueiro petista Luis Favre, em seu blog. "O incidente é muito significativo e ensina muito sobre a verdadeira natureza da oposição e do carater de sua candidatura", diz Favre. http://blogdofavre.ig.com.br/
O jornalista Ricardo Kotscho também protestou. Em seu blog, disse: "Se a intenção era utilizá-lo para radicalizar o discurso demo-tucano e abrir a temporada de baixarias, como um franco atirador na blogosfera, algo fugiu do roteiro dos marqueteiros".
PT já prepara ações na Justiça
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, declarou em entrevista coletiva nesta tarde que o partido vai entrar com uma ação criminal e uma civil por danos morais contra o deputado Indio da Costa por suas declarações. Além disso, o PT vai entrar também com uma ação eleitoral contra o partido tucano, pois foi o site oficial da legenda que divulgou as declarações do vice-candidato. Na ação, o PT solicita direito de resposta no site do partido adversário. (leia mais aqui)
Da redação Vermelho, Cláudio Gonzalez, com Agências
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