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segunda-feira

Da luta não me retiro




Por Divonaldo Barbosa¹

O movimento estudantil vem mudando seu perfil ano após ano. Desmobilizado, o ME trás consigo apenas o saudosismo dos anos de contestação efetiva, anos 1960 e 1970. Diante da nossa conjuntura atual, o ME vem se encolhendo, com uma postura adesista e sem fazer nenhum tipo de enfrentamento nas disputas necessárias para o avanço social do nosso país.

Referir-se ao movimento estudantil hoje, é falar do principal símbolo dos estudantes, a UNE, que marcou sua participação na política brasileira ao assumir uma postura agressiva contras os militares, sendo uma das principais protagonistas pela derrubada do regime. A UNE tinha uma postura veemente, de luta, combativa e aguerrida, capaz de envolver a juventude e contaminar de esperança o povo brasileiro, foi da UNE que surgiram vários dos nossos lideres, que escreveram seus nomes na nossa história, assumindo para si a responsabilidade de conduzir o processo de revolta.

Mas o fato é que hoje observamos um movimento melancólico, forjado nos acordos e nos gabinetes. Já não temos mais entusiasmo para construir nossas entidades, para organizar nossas fileiras e combater as investidas conservadoras que buscam a todo instante desmontar qualquer tentativa de organização social, e caímos no desanimo e fadamos ao fracasso como se já não houvesse mais motivos pra lutar, como se já tivéssemos chagado no ápice sem direito a novas conquistas. Esse é o nosso maior erro, não compreender o nível de disputa no qual estamos inseridos e, é daqui que temos que partir para compreender porque queremos retomar nosso espaço dentro dessa conjuntura, compreender o real motivo pelo qual nos organizamos, o motivo que nos unifica diante de tantas contradições e voltar a crescer como alternativa real, de direção e de organização política, capaz de implementar mudanças profundas no seio da sociedade.

Sendo assim podemos partir dessa reflexão para voltarmos a protagonizar no meio as organizações sociais, não calando, não temendo e, principalmente não sendo cooptado pelo sistema avassalador, tentador, mas nocivo à sociedade que necessita ser libertada e iniciar uma nova fase de desenvolvimento.


¹Divonaldo Barbosa é Estudante de Ciências Biológicas da UPE - Campus Nazaré da Mata - e Secretário Geral da União dos Estudantes de Pernambuco, UEP.

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