“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”
Compreender e tentar definir educação em sua amplitude perpassa por entender o homem e a sua relação com o meio. Para Paulo Freire, a educação está intimamente ligada à realidade e é altamente problematizadora à medida que tem interface direta com o contexto social.
Contrariamente, observando a educação no contexto escolar, os modelos existentes têm sido fortemente criticados sempre que, em seu cerne, são identificados elementos típicos do regime industrial, onde se privilegia a produção do pensamento em massa, a hierarquia, a departamentalização de conteúdos e a fragmentação de disciplinas. Nessa mesma linha, no processo de ensino-aprendizagem, muitos pedagogos realçam as relações existentes entre a educação o regime prisional com “grade” curricular, disciplina, provas e reprovações.
Como consequência, a educação, num sentido amplo, tem “formado” sujeitos incapazes de pensar o mundo contemporâneo de forma complexa e estabelecer relações e nexos que mais se aproximem da teoria do caos do que dos modelos racionais, cartesianos. Hoje, não é admissível compreender o local sem enxergar o global e vice-versa. Os conteúdos não podem ser fragmentados em intervalos de 50 minutos de aula, pois os problemas atuais não permitem visões limitadas e matriciais.
O educador português Rui Canário, a partir desse cenário, expõe que “não é possível adivinhar nem prever o futuro da escola, mas é possível problematizá-lo. É nesta perspectiva que pode ser fecundo e pertinente imaginar uma “outra” escola, a partir de uma crítica ao que existe”. Para isso, ele recomenda que se pense a escola a partir do não escolar, aproximando-se da educação informal que nos aparece como portadoras de futuro.
Nesse contexto, a arte emerge como alternativa de desconstrução do sujeito educadamente formatado, permitindo a quebra de modelos mentais, enveredando para o olhar renovado, para a estranheza como potencializadora de surpresa. Herbert Read, filósofo inglês idealizador doMovimento de Educação pela Arte, já defendia, em meados do século XX que não era suficiente tratar a educação como um processo de difusão de idéias do mundo exterior, porém era preciso despertar a função imaginativa de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, tão presente nos artistas.
Consciente dessa problemática, a Diretoria de Cultura da Fundação Joaquim Nabuco, através da Coordenação Geral de Capacitação e Difusão Científico-Cultural, pretende convidar a sociedade a pensar e discutir as relações e interseções existentes entre a educação e a arte. Espera-se, então, que se possa questionar: Que tipo de conhecimento caracteriza a arte? Como a arte pode influenciar na educação do ser humano? Qual o papel da arte na sociedade de massa? Como a arte é capaz de romper os modelos formatados de educação?
15.12 - O que é educação hoje? Novas fronteiras
CONFERENCISTA: Alcione Araújo
MODELO DE CONFERÊNCIA: Seminário de Tropicologia criado Gilberto Freyre, com base na sua experiência na Universidade de Columbia e possui como característica essencial a abertura ao confronto de experiências intelectuais e profissionais heterogêneas, como tentativa de superação dos especialismos próprios da nossa época.
DEBATEDORES:
- Cayo Honorato
- Vladimir Safatle
- Alex Sandro Gomes
- Theresa Didier de Morais
- Paulo Marcondes
- Felipe Trotta
- Carlos Alberto Xavier (MEC)
16.12 - Educação e arte: construção, desconstrução ou reconstrução?
DEBATEDORES E APRESENTADORES DE EXPERIÊNCIAS:
- Jonathas de Andrade (artista)
- Eduardo Homem ( TV Viva)
- Márcio Botner (artista e organizador da camisa Educação)
17.12 - Navegar é preciso, viver não é preciso: educação e arte na época da internet.
CASO 01: Escola Cícero Dias – PE- H. D. Mabuse
CASO 02: Instituto Mesa – RJ - Luiz Guilherme Vergara e Jessica Gogam
CASO 03: Luiz Guilherme Vergara – Instituto Mesa
CASO 04: Arena – RS – Maria Helena Bernardes
Local: Fundação Joaquim Nabuco
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