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terça-feira

O Recomeço


O recomeço é sempre dolorido ou inconstante, pois, tal conceito é carregado de uma falha intrínseca. Mas, a auto-avaliação das táticas e estratégias são importantes para a vitória derradeira. Mesmo perdendo 'Bispos', 'Torres' e 'Peões' no tabuleiro temos o dever de defender o Rei. Esse é o principio, maior, do Xadrez e, como tal, devemos ter uma consistência em cada avanço de casa (terreno) que vamos atuar. Temos, também, que perceber que Movimento de Juventude não está só atrelado ao debate academicista das Universidades, mas, também em cada movimento popular. Tal setorial é, ou deveria ser, o mais importante em qualquer segmento de atuação, pois, é do mesmo que sairá o debate do futuro.

Contudo, o movimento estudantil não vem formando esse quadro de esperança, ao contrário, vem reproduzindo um discurso/debate/falatório de uma cartilha produzidas, tão bem lembrando por Divonaldo, em instituições atreladas aos mesmos. Para a concretização desses quadros devemos:

1) Atualizar na forma permanente e no conteúdo da organização - Já percebemos que o neoliberalismo desconstruiu , por dentro e por fora, muitas organizações que se viram afetadas em sua forma, conteúdo e essência, justamente pela incapacidade de perceberem as contradições surgidas em suas entranhas e fora delas. Há um pensamento de Carlos Marighella que Orienta essa preocupação. "Qualquer mudança de qualidade do movimento revolucionário determina mudança de qualidade na organização", ou seja, cada momento histórico exige certa capacidade de intervenção, e para isto a organização precisa elevar sua qualidade. De outra forma, podemos dizer que o perfil político e organizativo retrata o tipo de quadros que a organização terá.

2) Combater a espontaneidade - A questão da espontaneidade não é nova e tampouco se caracteriza com tema de difícil interpretação. Quem trata disso é Lenin no livro Que fazer?(link: http://www.marxists.org/portugues/lenin/1902/quefazer/index.htm );

3) Tornar a ética, a moral e os valores referências da prática - Como ponto de partida é importante compreender que quando há desvios morais não se trata de tomá-los em separado para resolvê-los. Eles são decorrentes de desvios políticos que os antecedem. Por isto, para acertar a moral é preciso se propor primeiramente acertar a política. Citando Paulo Freire, em Ação cultural para a liberdade, afirma-se que: 'é necessário que os revolucionários deem testemunho, mais e mais, da radical diferença que os separa das forças reacionárias. Não é o suficiente condenar a violência da direita, sua postura aristocrática, seus mitos. Os revolucionários precisam provar o seu respeito às massas populares dominadas, confiar nelas, não como pura tática, mas como uma exigência necessária para serem revolucionários (...)'.

Em suma, para o recomeço devemos pensar nesses três itens importantes para a organização.

E que nisso tudo haja amor, pois, como percebeu Che Guevara 'ou o revolucionário se guia por grandes sentimentos de amor, ou nunca haverá revolução' (Livro: O socialismo humanista).

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