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Lula se diz ocupado para "dor de cotovelo" de Serra.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (3) que o candidato tucano, José Serra, deveria procurar um novo argumento ao comentar as denúncias de violação de sigilo de sua filha, Verônica Serra durante visita a Expointer, em Esteio (região metropolitana de Porto Alegre). "O presidente tem coisa mais seria para cuidar do que as dores de cotovelo do Serra", disse Lula.

"O homem que se diz tão preparado para governar um país de 190 milhões de habitantes quer que o presidente Lula censure a internet. Não posso fazê-lo", disse, se referindo à conversa que ele teria tido com Serra em janeiro deste ano sobre a publicação de dados de Verônica na internet, conforme matéria da Folha de S. Paulo .

Lula afirmou que, até o momento, não há nenhuma acusação grave contra ninguém, só "coisas publicadas na internet" sobre a filha de Serra. "Tem insinuações, assim como tem contra o presidente, contra a família do presidente ou contra jornalistas", declarou. Ele fez questão de alfinetar o opositor de sua candidata, Dilma Rousseff (PT), ao dizer que eleições não se ganha "convencendo a Justiça a impugnar candidatura", mas convencendo o eleitorado.

"O Serra que vá para rua, que melhore a qualidade de seu programa, que faça propostas", atacou o presidente. Ele disse ainda que o tucano deve estar com dor de cabeça pela previsão de alta do PIB, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entenda o caso
O caso veio à tona por meio de uma reportagem do jornal
O Estado de S. Paulo, publicada na noite de terça-feira (31), apontando que documentos da investigação da Corregedoria da Receita Federal revelaram o acesso aos dados fiscais da empresária Verônica Serra, filha do presidenciável tucano. O acesso teria sido feito pela funcionária Lúcia de Fátima Gonçalves Milan, que trabalha na agência da Receita, em Santo André (SP), no dia 30 de setembro de 2009.

Na procuração citada pelo órgão consta a assinatura que seria da filha do candidato tucano feita no dia 29 de setembro de 2009. O portador Antonio Carlos Atella Ferreira teria, segundo a documentação em poder da Receita, reconhecido firma no dia 30 de setembro, no mesmo dia em que retirou as cópias no órgão. Para a Receita, no entanto, a apresentação da procuração descaracteriza a quebra de sigilo.

Na última quarta-feira (1), o 16º Tabelião de Notas de São Paulo afirmou que "o reconhecimento de firma é falso" na procuração supostamente assinada pela filha do candidato José Serra. Verônica também negou que tenha assinado tal documento.

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